Algumas pessoas lidam com pressão melhor do que as outras. Alguns pais não entendem seus filhos. Alguns filhos não entendem a sociedade em que vivem. A sociedade pressiona. E assim por diante em um ciclo vicioso que culmina em uma questão importante: a estrutura familiar e o que a falta dela pode fazer.
A Ilha: Prisão Sem Grades trata disso. Adolescentes com problemas familiares ou pessoais são levados a uma “casa de reabilitação”, para que profissionais qualificados tratem dos problemas deles. Sophie (Mila Kunis) é uma dessas jovens. Seu pai morreu há muito tempo e sua mãe casou-se com um homem boçal que, segundo a garota, abusa dela constantemente. Cansada do teatro de Sophie, o padrasto decide mandá-la para esse “acampamento”.
Na verdade, o lugar nada mais é que um campo de concentração dominado por militares, onde estes jovens sofrem – por cerca de um ano – com seus conflitos expostos: cada um vem de uma família que desistiu de tratar do problema. Nesta ilha, eles são submetidos a diversos abusos e situações extremas, ameaçando seriamente sua sanidade mental. O nome original do filme, Boot Camp, diz muito sobre o lugar.
Ao longo do filme assistimos cenas de palestras de preparação para os pais que vão receber os filhos de volta: a mudança não deve vir só de um lado. O filme levanta uma questão interessante na sociedade moderna: em olhares menores, quantas pessoas geram um filho e o trazem ao mundo para em seguida largá-lo nas mãos de qualquer um? Quantas pessoas incubam um problema dentro de casa para que venha à tona na adolescência, desestabilizando uma base familiar? É realmente necessário levarmos nossos erros para outros profissionais consertarem: psicólogos, psiquiatras, nutricionistas, o que for? Eles são qualificados? Este filme tem uma motivação interessante. Vale (e muito) pelo aspecto psicológico.
Ficha Técnica
Título: A Ilha – Uma Prisão sem Grades (Boot Camp)
Diretor: Christian Duguay
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 99 minutos
Curiosidade: Os Boot Camps realmente existem e fazem parte do sistema de correção de jovens que cometeram o primeiro delito no EUA. O modelo deste tipo de punição é baseado nos campos de recrutamento militares e objetivam ensinar seus usuários a obedecer regras e respeitar hierarquias para então voltarem à sociedade. Estes campos de recuperação podem ser empresas privadas ou do próprio governo.
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