O Shaaman de Andre Matos e minha paixão eterna

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O Shaaman é, de longe, uma das bandas que eu mais respeito. A formação original, com Andre Matos, Ricardo Confessori e os irmãos Hugo e Luis Mariutti embalaram minha adolescência com seus riffs pesados e vocais melódicos. A poesia das composições aliadas aos solinhos de piano ainda me encanta a ponto de me emocionar.

O Shaaman surgiu em São Paulo, quando o ex-vocalista do Angra, Andre Matos, reuniu novos integrantes para formar uma banda em que pudesse falar de paixões, deuses, natureza, tempo, feitiços e contos de fadas. O primeiro álbum, Ritual, surgiu em 2002 com uma proposta conceitual e foi gravado no estúdio da Alemanha, com produção e masterização de ninguém menos que Sascha Paeth. Os instrumentos musicais não eram dos músicos, e sentimos em alguns momentos que não há tanta intimidade com o som – mas Andre Matos canta, cara. Ele canta com emoção e conquista quem escuta. Time Will Come ao vivo, é empolgante. For Tomorrow cresce com os tons de Andre.

Não podemos deixar de falar do sucesso estrondoso e arrasador de Fairy Tale – que virou até tema de novela da Globo. Difícil encontrar alguém que não reconheça os primeiros acordes da música.

Com este sucesso no currículo e o público no coração a banda voltou aos estúdios em 2005 para gravar Reason, um álbum menos conceitual mas, em contrapartida, incomparavelmente mais maduro. A produção ficou por conta de Sacha novamente, mas o álbum foi gravado em São Paulo. A baladinha Innocence adoça os ouvidos e serviu de single para mostrar a proposta de se desgarrar da eterna Fairy Tale, sem renegar sua participação na história da banda. Mas o destaque do álbum é, com certeza, de Turn Away carregada de marcas pessoais dos integrantes da banda. Um vocal envolvido à uma letra emocionante, a bateria agressiva comendo solta, baixo crescendo a cada segundo e a guitarra permeando seus ouvidos. Impossível não entrar no ritmo.

E então algo muito estranho aconteceu: a banda se separou por incompatibilidade. Ricardo Confessori assumiu o nome Shaman (com um A mesmo) e os irmãos Mariutti seguiram Andre Matos para sua banda solo. Ricardo chamou mais três e errou violentamente no vocal: Thiago Bianchi estava – e ainda está – longe de ser um vocalista e compositor decente. O álbum Immortal foi gravado em 2007 (sem Sascha Paeth) e resgatou na arte do álbum o conceito xamânico, mas não tem nada do Shaaman ali. Devo dar os devidos créditos ao guitarrista Léo Mancini que é um cara realmente talentoso (cuja mão apertei no show do Tim Ripper aqui em Blumenau) e tenta segurar a banda junto a Confessori. O baixo de Fernando Quesada é contido e parece orientado a não sobrepôr a falta de técnica do vocalista.

Minha paixão pelo Shaaman original é eterna. Sabe aquelas músicas que te emocionam de verdade e te envolvem em pensamentos profundos? As letras estão na ponta da língua e já me ajudaram a encarar muitas situações de outro ângulo. Assisti ao show da turnê de Ritual (que conta com participações maravilhosas) inúmeras vezes para provar um pouco da presença de palco do Shaaman – o verdadeiro Shaaman – que esteve tão próximo de me definir na minha adolescência.

Curiosidade: Comunicado oficial de Ricardo Confessori sobre o fim da banda.

Ficha Técnica

Nome: Shaaman
Gênero: Metal, Melódico
Site: MySpace
Origem: Brasil (São Paulo)

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