Interstellar: a novelização do filme e as explicações de Kip Thorne

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Eu sempre acreditei que procurar livros dos seus filmes favoritos fosse uma boa ideia para estimular o hábito da leitura. Tem gente que acha que isso é andar em círculos, já quem nem sempre o livro traz algo de novo, mas a afinidade com a obra – no meu ponto de vista – pode te levar até a última página. O mesmo vale para livros em inglês.

Gostei tanto de Interstellar que procurei obras que pudessem ter algo a ver com o filme. Bem no fim acabei encontrando a novelização do filme, escrita por Greg Keyes. E também The Science of Interstellar, do físico teórico Kip Thorne, que auxiliou Christopher Nolan com a parte “realista” da física da obra. E então baixei os dois no Kindle.

Interstellar: novelização do filme

Para quem não assistiu ao filme no cinema (e, por consequência, perdeu um show visual), Interstellar acompanha a história de Cooper, um ex-piloto da NASA que é convocado em uma missão espacial secreta para encontrar outros planetas para perpetuar a vida humana. Com a Terra no limite de sua reserva natural, uma saída precisa ser encontrada.

Acontece que essa missão, graças a relatividade do tempo, pode significar décadas no espaço, sem que os astronautas vejam suas famílias. Enquanto Cooper atravessa o espaço e procura buracos de minhoca para fazer a travessia para outras galáxias com sua equipe, sua filha mais nova, Murph, cresce e também se envolve com a NASA para encontrar uma forma de ajudar a salvar a população.

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Geralmente a gente fala de livros que viraram filmes. Aqui o processo foi inverso. Greg Keyes fez uma adaptação literária do roteiro (algo similar a A Noite dos Mortos-Vivos), e ficou muito legal. Como vi Interstellar há pouco tempo, ler o livro me fez lembrar de cada uma das cenas do filme, tanto as partes boas, quanto as medianas.

[LEIA+: Neil deGrasse fala sobre a física de Interstellar em seu twitter]

Além de não ter o apoio visual fantástico que o filme nos traz, a outra coisa que senti falta aqui foi, realmente, o drama comum do cinema. A emoção, tão visível nas atuações principais, não ficou tão clara no texto, e a identificação com o sofrimento dos personagens é mais complicada (exceto Cooper que, afinal de contas, cai num planeta cuja 1 hora equivale a 7 anos terrestres e o faz perder o crescimento dos filhos).

Tal como o filme, o ato final custou mais da minha atenção, já que trazia explicações mais complexas sobre o que estava acontecendo – e com o benefício do texto, já que o filme fala através de imagens.

The Science of Interstellar: para quem ficou cheio de dúvidas

Bom, e aqui é onde separam as crianças dos adultos e eu fiquei sentada na mesa de plástico tomando suquinho. O livro de Kip Thorne requer certa bagagem (e interesse no assunto), ainda que tenha algumas explicações mais abrangentes.

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O legal é que ele explica quais linhas do filme são baseadas em fatos e quais são especulações. Gravidade, dilatação do tempo, estocagem de comida e oxigêncio e, claro, os comentadíssimos buracos negros e de minhocas, são temas abordados na obra. Um apoio sensacional para entender mais do que é apresentado no filme.

Kip Thorne é um físico teórico que já conduziu diversas pesquisas sobre buracos negros, buracos de minhocas, ondas gravitacionais e teorias de viagem no tempo. Em Interstellar, ele trabalhou ao lado da equipe de efeitos visuais, desenvolvendo cálculos para gerar um buraco negro quase perfeito. E disse, no fim das contas, que o que é mostrado no filme é o mais próximo do real. :D

Interstellar é uma obra incrível, cheia de questionamentos e explora conceitos pouco científicos como fé e amor, sem deixar de lado as dificuldades da humanidade. Valeu meu ingresso, valeu meu e-book e valeu esse post. :)

E aí, vai encarar? :P

Ficha Técnica

Título: Interstellar
Autor: Greg Keyes
Ano: 2014
Gênero: Ficção Científica
Páginas: 288
Compre: Amazon

Título: The Science of Interstellar
Autor: Kip Thorne
Ano: 2014
Gênero: Ciência
Páginas: 336
Compre: Amazon

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Comentários

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15 comentários via blog

  1. Kellen comentou em

    Infelizmente eu acabei perdendo a oportunidade de ver Interestelar no cinema, mas ainda quero assisti-lo. Li muitas críticas positivas e negativas, mas algo me diz que é um filmaço! rsrsrs
    Quanto ao livro, venho adotando uma tática parecida com a sua. De uns tempos pra cá tenho preferido ver o filme e depois ler o livro (caso tenha) porque além de diminuir as expectativas da pra pegar um monte de detalhes, como você citou sobre Interestelar. Me interesso bastante por viagem no tempo, buraco de minhoca, gravidade e tudo relacionado a esse nosso universo tão fantástico e misterioso. Ler um livrão todo em inglês é complicado pra mim (demoraria 439 anos) mas se alguma editora gente boa publicá-lo em português vou ler com certeza! Beiijos Quel!

    1. Oi Kellen,

      Pois é, eu também acho que você pega mais detalhes. Psicose, pra mim, eu SUPER recomendo ler o livro depois de ver o filme, por exemplo. Você pega todas as artimanhas do autor de falar sem dizer (no caso do Bloch).

      Acho difícil trazerem o livro pra cá, mas não impossível. Quem sabe um dia rola pelo menos esse livro do Kip Thorne, como apoio para compreensão da obra? Vai saber também se eu não fiquei boiando nas explicações por serem em um idioma diferente do que falo, né?

      Beijo gigante <3

  2. Isabela comentou em

    Aiii, arrasada que ainda não vi o filme… Lendo o post e tudo que tem aqui eu fiquei ainda mais curiosa.

    Concordo com você que buscar livros sobre filmes pode estimular o hábito de leitura. Penso até que é uma oportunidade de tentar compreender uma história com vários pontos de vista, porque por mais que a adaptação seja fiel, alguns aspectos não são transferidos, então algo sempre será inovador.

    Post ótimo, como sempre!

    Beijos :)

    1. Oi Isa,

      É verdade, né? Além da questão de detalhes que são melhores explicados (muita coisa às vezes fica como “referência” no filme), ainda tem essa transferência de informações que nem sempre acontecem. Poucos filmes são fielmente adaptados, sempre há um mundo de coisas para explorar na literatura. :)

      Beijos, querida!

  3. Baaaaa, o Nolan realmente nos presenteou com esse filme, sem falar que apesar do roteiro nos privar dos detalhes expressivos que estamos acostumados de ver nas telas, ele é magnífico. Eu não estava tão crente quanto a forma como todas essas teorias seriam apresentadas, mas me surpreendi.

    Bom que tu o apreciou e é legal aprofundar-se em algo tão rico quanto uma obra como esta, não?

    Isso aí, até mais Pipoca :**

    1. Oi Washington :))

      Siiimmm, filmaço, né? Eu saí do cinema em polvorosa, fiquei falando do filme e pesquisando sobre ele (e, naturalmente, falando a respeito do que lia, ahhaha) por uns 5 dias, sem mentira. E o filme é lindo, sem dúvida, queria muito ter visto em IMAX. <3

      Beijo! \o\

  4. Ligia comentou em

    Achei o filme fantástico, vi no cinema e nao me arrependi! Sai da sala no maior debate com meu namorado, sobre até onde tudo é possível, sobre o que é romantização da ciência, nossa, uma loucura! E claro, com nossos parcos conhecimentos, não chegamos à conclusão nenhuma hahaha! Por isso gostei bastante da indicação de The Science of Interstellar, vou atras dar uma olhada! Adoro esses temas, desde que não envolva cálculos, então acho que vai ser divertido! =D

    1. Oi Ligia,

      Eu também saí do cinema tagarela, fiquei fazendo mil conjecturas e comparações. Interstellar é um grande filme, eu esperava mais indicações no Oscar (já que o primo pobre Gravidade arrebatou tantas estatuetas), mas nem veio nada. :T

      Espero que goste do livro do Kip Thorne. Ele é ótimo. :)

      Bjs!

  5. Eu normalmente fico com receio de ler novelizações, por causa da auto-comparação instantânea que se tem de livro/filme. Em várias vezes que fui ler livros adaptados pro cinema, ficava muito mais me lembrando das cenas, do que focado na escrita, e isso tirava bastante da minha atenção.

    Sobre o Interstellar, eu nem acabei me incomodando com os fatores científicos do filmes. Até porque acredito que não é o papel de um cineasta ser 100% lógico, e se for para o bem da narrativa, acho que qualquer explicação ou “viajação” na história, vale. Mas achei que certos pontos, na narrativa do filme, pareciam meio deslocados.

    Todo o arco da Murph achei que soou muito superficial, e as vezes até desnecessário. Era uma boa personagem e com ótimas atrizes interpretando, porém senti como se aquela parte da história só estivesse lá, para ela achar uma solução para todos os problemas do planeta. Gostaria de ter sentido mais a sensação de isolamento no espaço, como por exemplo em outro incrível filme: Gravidade, em que essa sensação é muito evidente.

    E me incomodava a história ficar pulando de uma linha narrativa pra outra. Não dava pra sentir a falta do Cooper pelos filhos, porque eles apareciam em tela em boa parte do filme. Ao menos senti isso. E isso até tirava um pouco da trama central.

    Mas enfim, apesar de todo o mimimi, ainda gostei demais do filme, porque ele é visualmente e tecnicamente lindo. E pro meu senso crítico o roteiro de um filme é só parte de um todo, por mais importante que seja. :)

    1. Oi Nic,

      Engraçado, não me incomodei com nenhuma dessas coisas. Senti a falta dos filhos, senti a dor do Cooper quando perdeu tantos anos do crescimento da Murph, e também achei legal deixar ela longe “resolvendo tudo”. Ela tinha potencial para trabalhar sozinha e, ao menos para mim, ficou claro todos os esforços dela. Me incomodei mais com o discurso tosco sobre amor no meio do espaço, hahahaha.

      Abração!

      1. Stanley comentou em

        Nao iria comentar nada, mas esse seu comentario achei muito pertinente. Acredito que talvez ‘esse discurso tosco’ seja verdadeiramente o climax de toda a historia.
        A duvida é se o escritor da historia o fez conscientemente ou não.
        Pois bem, quando a ciencia não consegue mais explicar o porque dos conceitos mais desafiadores, o que diz?
        É um mistério, ou alguma força, ou o acaso ou ainda, o amor…
        Jamais ela aceitará a possibilidade de dar credito de qualquer conceito sobre qualquer coisa do universo a uma fonte de inteligencia superior a da raça humana, mesmo que seja de uma quinta dimensão (no filme ate mesmo estes seres são os humanos) e em especial se for de origem divina.
        A resposta final talvez esteja na propria Biblia…
        1 João 4:8…
        De acordo com a Biblia Deus criou o universo e o mais interessante foi sua motivaçao: o amor.
        Mas este conceito nao cairia bem no filme, cientistas dando credito a Deus pela força motora do universo.
        Talvez o escritor de interestellar tenha usado o conceito do amor estando consciente desse fato ( o que na minha opinião tornaria o filme ainda melhor pois usaria a fé, o amor, enfim Deus como resposta final). Caso contrario concordaria com você que o discurso ficou meio tosco, embora eu acredite que Deus seja verdadeiramente o grandioso criador do universo.
        Talvez o que a biblia fala sobre Deus, anjos ou ate mesmo anjos maus (demonios etc) ou seja, seres espirituais sejam os tais seres da quinta domensão. Não podemos vê-los mas podemos sentir o efeito do que causam.
        Acredito que o tempo não se aplica a Deus ou a seres espirituais, mas apenas ao mundo fisico. Por isso Ele sempre existiu.
        Apenas recentemente assisti a esse filme, mas gostei muito de saber sobre esse livro (the science of interestellar) em especial com alguma informaçao sobre ele aqui neste espaço, muito obrigado.
        Vou adquirir o livro pois acredito que possa me acrescentar um pouquinho mais sobre Deus e a origem da vida.

  6. Natália comentou em

    Oi, procurei o primeiro livro “Interstellar: novelização do filme” mas só encontro em inglÊs. Você sabe me informar se tem em português?

  7. Emerson comentou em

    Gostaria saber quando vai ser publicado esse livro em português.

    1. Não tem previsão, Emerson ;)
      Por enquanto, só em inglês.