O Lado Bom da Vida, o livro de Matthew Quick que deu origem ao filme

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Em forma de diário, o livro O Lado Bom da Vida, escrito por Matthew Quick, conta a história de Pat Peoples, um ex-professor de 35 anos que acabou de sair de um hospital psiquiátrico depois de uma longa temporada internado. Sem saber ao certo quanto tempo passou lá, Pat não se lembra direito do que o levou a ficar na clínica.

Ele volta a morar com os pais, mas percebe que muita coisa mudou: seus amigos agora tem famílias, seu time vai mal na temporada, seus pais brigam mais do que nunca, sua mãe parece estar sempre chorando e seu pai mal fala com ele. Além disso, ninguém parece querer falar quanto tempo ele ficou na clínica, nem o que aconteceu no período em que esteve afastado.

Não quero ficar no lugar ruim, em que ninguém acredita no lado bom das coisas, no amor ou em finais felizes, onde todo mundo me diz que Nikki não vai gostar do meu novo corpo, nem vai querer me ver quando acabar o tempo separados. Mas também tenho medo de que as pessoas de minha antiga vida não sejam tão entusiásticas quanto estou tentando ser agora.

Para continuar seu tratamento, Pat frequenta o consultório psiquiátrico de Cliff regularmente e toma os remédios que sua mãe deixa todos os dias. Para Pat Peoples, a vida é um filme e, neste roteiro, ele precisa ficar bom novamente para se reconciliar com sua ex-mulher, Nikki.

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Pat luta para recuperar a memória e superar a falta que sente de sua esposa. Ele se exercita todas as horas para voltar a ser o homem pelo qual Nikki se apaixonou; lê os livros favoritos de sua ex-mulher (O Grande Gatsby, Adeus às Armas, A Letra Escarlate e outros clássicos) para mostrar a ela como ele “se tornou inteligente” quando os dois se unirem após o “tempo separados”; procura praticar “ser gentil ao invés de ter razão”, porque era o que sua esposa queria; mas não importa o que aconteça, Pat não consegue ouvir uma única nota de Kenny G. sem perder o controle.

É quando Tiffany entra na vida dele. Viúva muito jovem, a cunhada do seu melhor amigo é super sincera e não poupa o verbo na presença de ninguém.

– Foda-se a Nikki – diz Tiffany, e depois leva outra colher de cereais com passas à boca.
(…)
– Você quer dizer sua mulher, Nikki, que o abandonou enquanto você estava se recuperando em um hospital psiquiátrico. Por que sua mulher, Nikki, não está sentada com você agora, Pat? Pense bem. Por que você está comendo essa merda de cereais com passas comigo? Você só pensa em agradar a Nikki, e, ainda assim, sua preciosa Nikki parece não pensar nem um pouco em você. Onde ela está? O que Nikki está fazendo agora? Você acredita mesmo que ela está pensando em você?”
Estou chocado demais para falar.

Sem pedir licença, ela corre com Pat todas as manhãs, sem dizer uma única palavra, apenas para ter certa companhia. Quando trocam alguma palavra, sempre há farpas. Tiffany logo se revela uma exímia dançarina, que tem força vontade para se recuperar do que a vida lhe fez passar, e conta com Pat para isso.

Resumindo O Lado Bom da Vida

O livro é narrado em primeira pessoa, como o diário de Pat desde seu último dia no hospital. Tal como no filme dirigido por David O. Russell, as melhores partes do livro envolvem Tiffany. Particularmente, achei a narrativa cansativa DEMAAAAAIS, mas nas últimas 20 páginas a história toma rumo. Sabe quando a identificação com o personagem não rola? O Pat é um sujeito difícil, isso a condição mental dele já nos adianta, mas a ilusão toda dele chega a irritar nas 254 páginas do livro.

Ainda que a leitura seja vagarosa, a lição do livro é bonita. Mesmo enfrentando muitas provações, a gente sempre pode encontrar o lado bom da vida, seja nas situações difíceis do dia a dia, seja observando a luz contra as nuvens no céu. Perder a esperança está fora de cogitação. Para Pat Peoples, sua história é um filme, e o filme dele ainda não acabou.

Ficha Técnica

Título: O Lado Bom da Vida
Autor: Matthew Quick
Ano: 2008
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance, Literatura Estrangeira
Páginas: 254

Post escrito por: Raquel Moritz

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Comentários

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1 comentário via blog

  1. Ingrid comentou em

    Noss, eu tenho um ponto de vista oposto neste livro. Achei o livro muito bom e a representação muito boa de uma pessoa com os problemas apresentados por ele. É claro que você fica aflita com ele falando da bendita mulher o tempo todo, mas achei uma boa leitura. E a adaptação cinematográfica na minha opinião foi pra dar mais graça e fazer a coisa mais “comprável”, só que caiu no erro de fazer um humor por vezes forçado, onde deveriam ter tratado a coisa toda com outra perspectiva.