It’s Kind of a Funny Story: (de)pressão na adolescência é o tema do livro de Ned Vizzini

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In front of me was the black of the water and the black of the sky and the cold. (…) I took steps forward. It was easy. Stuff like this always is.

Desde que assisti ao filme Se enlouquecer, não se apaixone, fiquei interessada no livro que serviu de roteiro pra história. Daí um dia desses eu o encomendei no Book Depository e tchanaaam: ele virou meu livro em inglês do mês de setembro.

It’s Kind of a Funny Story (adicione no Skoob) foi uma experiência interessante.

Craig é um rapaz de quinze anos que está passando por uma fase difícil: a depressão na adolescência. Tudo começou dois anos atrás quando ele dedicou um ano inteirinho aos estudos para entrar no Executive Pre-Professional High School, um colégio super disputado só para crianças inteligentes.

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It’s so hard to talk when you want to kill yourself.

Ele quer ser bem sucedido na vida, o que significa que ele tem que entrar no colégio certo, para depois entrar na faculdade certa para então conseguir o emprego certo. Alguém aí se identificou com a pressão?

Craig se sente sempre um passo atrás de toda a sua turma. Preocupado e estressado, ele para de dormir e para de comer e de repente ele está visitando psicólogos e tomando Zoloft para controlar a depressão. A pressão se torna insuportável e ele decide poupar a todos e tirar a própria vida.

O que nos leva ao hospital psiquiátrico.

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So why am I depressed? (…) I don’t know either. All I know is the chronology. (…) “I mean, I’m not just… down or whatever. I started this new school and I can’t handle it. It’s gotten to a point where it’s the worst it’s ever been and I just don’t want to deal with it anymore.”

Antes de fazer besteira, Craig toma a atitude de se internar no hospital que fica a algumas quadras de distância da sua casa, e conta com o apoio dos pais para superar essa fase ruim. A proposta é que ele fique cinco dias internado.

Nestes cinco dias, Craig conhece pessoas que o fazem enxergar a própria condição: gente que não tem onde morar, gente que não tem família, gente que sofreu abuso, gente que é bipolar e esquizofrênica. Nestes cinco dias, Craig dedica um tempo para se conhecer mais e melhor e começa a entender o que ele realmente quer da vida.

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“You know those cuts on your face really aren’t that bad?”
“How long have I been here, Craig?
“You told me twenty-one days. Is that true?”
“Yeah. Can you imagine what they looked like when I came in?”

It’s Kind of a Funny Story é um livro que capta a empatia do leitor facilmente. Narrado em primeira pessoa, a gente entende como tudo começou. Embora tenha alguns trechos que te dão aquele soco no estômago (como este acima), é um livro legal sobre a adolescência. Sobre a pressão que os adolescentes tem ao ter que traçar toda a vida com tão pouca idade. Sobre a competição acirrada entre alunos e entre amigos. Sobre as pessoas que marcam nossas vidas. Sobre as pessoas cujas vidas são marcadas pela nossa passagem.

Uma curiosidade: o autor, Ned Vizzini, disse que o livro foi inspirado na experiência dele de ter se internado em um hospital psiquiátrico por conta da depressão, em novembro de 2004 (na época ele tinha 23 anos).

Ah, tenho que destacar a capa que, depois que você lê o livro, é muito genial. O Craig, quando era pequenininho, queria desenhar o mapa de Manhattan, mas ele se frustrou porque era realmente difícil. Então ele começou a inventar mapas. O desenho da capa de It’s Kind of a Funny Story é um dos mapas que ele desenhou, dentro da cabeça de uma pessoa. A metáfora é bonita quando você para pra pensar, e tem um capítulo só pra ela mais no final. :)

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But then I decided I didn’t want any regrets. I’m done with those; regrets are an excuse for people who have failed.

O livro ganhou uma adaptação cinematográfica que, acho eu, é pouco conhecida. O título em português é Se enlouquecer, não se apaixone” (eeerrrrggghhhh), e já falamos dele aqui no blog. Ficou bem fiel, embora no filme eles tenham resumido muito os problemas de Craig e ele pareça apenas um adolescente perdido whatever que não sabe lidar com a escola.

E Raquel, It’s Kind of a Funny Story tem tradução no Brasil? Não, não tem. Espero que alguma editora se empolgue com ele, porque é bem bacana. É um livro inteligente, um pouco triste e cumpre seu objetivo. Significou muito pra mim, principalmente pela forma como Craig enfrenta tudo. E a mensagem dele é legal: viva, viva, viva, viva. :)

Ficha Técnica

Título: It’s Kind of a Funny Story
Autor: Ned Vizzini
Editora: Miramax Books
Ano: 2007
Gênero: Sick lit, Young Adult
Páginas: 444
Skoob: adicione na sua estante
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Comentários

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32 comentários via blog

  1. Ana Beatriz comentou em

    Não tem em português?

    1. Oi Ana!

      Procurei esse livro, mas não teve tradução ainda :(

      Eu conheci o livro por causa do filme (e ficou realmente bem legal). Se tiver a oportunidade, leia o livro no idioma original mesmo. É bacana :)

      Abraços!

  2. Adorei sua resenha e pensar que esse filme passou aqui em casa e eu fui a única que não o viu ¬¬ O tema é muito interessante, de certa forma me identifiquei com o personagem, já passei por uma fase bem parecida com a dele apesar de não ter chegado aos extremos… A sensação de ser pior que os outros, colégio rígido, disputa entre alunos, pressão por parte da escola e eu não estava nenhum pouco preparada.

    Uma pena por não ter tradução, acho que eu o compraria na hora, pois meu inglês é o básico do básico.

    http://umreinomuitodistante.blogspot.com.br/

    1. Oi Marina,

      Eu também me identifiquei com o Craig, pelos mesmos motivos que você. Tanto que enquanto eu lia, eu ficava naquela de concordar com a cabeça, sabe? “Sim, Craig, também já perdi a fome e o sono. Sim, Craig, também já me senti horrível.” e por aí vai. É bem interessante.

      Assista o filme, é bem interessante. E vamos torcer pra alguma editora “descobrir” ele e trazer pra cá. Tenho certeza que o Craig não está sozinho. :))))

      Beijo ♥

  3. Bruna comentou em

    O livro me ganhou nas citações pesadas <3
    Tenho lido um bom número de livros adolescentes esses meses e tenho gostado muito das histórias, mas até agora nenhuma puramente sobre depressão. Acho que eu vou gostar desse :)
    Já tinha visto por aí e sempre achei a capa bem legal, mas nunca fui atrás. Adorei a resenha, Quel! Me deu o boost que eu precisava para procurar o livro :)

    beijão!
    Bruna
    http://umpoucodissoeaquilo.com.br

    1. Né? Escolhi bem as quotes do livro, vai dizer, hahaha. Tem uma muito boa que foi a que me ganhou já no começo do livro: http://instagram.com/p/en1dyGifh7/. <3

      Tomara que você goste. Já viu o filme? É muito legal também, vale a pena :)

      Beijããão!!!!

  4. Thaís comentou em

    Oi, Raquel!

    Eu já tinha ouvido falar desse filme, inclusive ele está na minha listinha de ”preciso assistir” (é uma lista imensa e eu nunca a termino), então gostei bastante de saber que tem um livro e que conta com mais detalhes essa história.
    Histórias sobre adolescentes parecem bobas, mas na verdade são ótimas, até porque acabamos nos identificando com o que as personagens estão passando.
    Eu ainda não tinha tirado tempo pra conhecer a fundo o Pipoca, mas adorei! Vou voltar por aqui mais vezes e anotar as dicas para deixar minha lista de filmes/livros/bandas ainda maior!

    Beijos. :))

    1. Oi Thaís!

      Que bom que você curtiu o blog, espero vê-la por aqui mais vezes :) É sempre bom ter feedback da galera.

      Sobre o filme, ele é muito show, vale a pena. E se tiveres a oportunidade de ler o livro um dia (eu queria tanto que uma editora o traduzisse), vai fundo. Conhecer o Craig foi uma experiência bem bacana, ainda mais quando você se identifica em alguns pontos.

      Beijos :)

  5. Oiee Bruna, tudo bem?? =) já assisti o filme e achei bem legal, mas como sempre os livros acabam nos tocando mais a fundo né? Que pena não ter em portugues D: mas como você disse quem sabe alguma editora se empolga kkkkkk
    Já estou te seguindo por aqui =)
    Quando der da uma passadinha no meu pra deixar um oi, vou adorar ve-la por lá! =)
    Beijos!

    1. Oi Gislaine! Também curti o filme, é legal né? O dia que tiveres a oportunidade, leia o livro. É uma ótima história :)
      Obrigada pela visitinha, beeeijo!

  6. Silvana Crepaldi comentou em

    Eu não conhecia esse filme. Fiquei muito interessada no livro. Pena que não sei ler em inglês. Acho que a fase da adolescência é a pior. São tantas pressões. É a futura carreira, é conhecer a pessoa certa, é corresponder as expectativas dos pais, é ter o corpo escolhido pela mídia. A coisa pode ficar feia mesmo.

    Blog Prefácio

    1. Oi florzinha, tudo bem?

      Pois é, infelizmente o livro ainda não foi traduzido no Brasil, mas ao menos tem o filme pra galera conhecer melhor a história. A adolescência realmente é uma fase complicada: são muitas decisões e pouca autoridade. Acho que o escritor foi bem feliz na escolha e na abordagem do tema. :)

      Beijo grande, obrigada pela visita!

  7. Adorei a dica, só o título já é brilhante e achei a capa genial sem nem ter lido. Não vi o filme, também; mas se não me engano ele está disponível no Netflix, então verei em breve. Estou me proibindo nesse momento de entrar no Book Depository, porque os últimos que comprei lá ainda nem chegaram e e já estou com lista de espera!

    Abraços,
    Paloma.

    1. Oi Paloma,

      É demoradinho mesmo, não se preocupe pois as compras vão chegar. CASO já faça mais de 30 dias, entra em contato com eles né, mas antes disso é normal. O problema de comprar no exterior é que quando a compra tá no Brasil a gente não consegue saber o status :(

      Mas então, Se enlouquecer não se apaixone está no Netflix mesmo, mais pessoas me falaram isso. Aproveita :DDDD

      Beijão :)))

  8. Meredith Smith comentou em

    Congratulations, girl. It’s na amazing review (I admit that I had to use Google Translator, but whatsoever). Hope you all enjoy this book. Ned is a hero.

    1. My first international comment! Thanks for your time, Meredith! I really enjoyed this book :)
      And feel free to get the whole website translated by Google :P
      Tks again, []’s

  9. Luiza comentou em

    Oláá, adorei o seu post sobre o livro e queria mt mt mt ler, porém não sei se meu inglês é bom o suficiente pra isso :( você sabe se já traduziram ele em pdf?

    1. Oi Luiza!

      Não tenho o costume de ler em pdf, então não sei te dizer. Mas oficialmente não há tradução no Brasil, o que é uma pena. É uma ótima história! Já assistiu ao filme?

      Beijo.

  10. Paula Torres comentou em

    Minha nossa, o rapaz toma o mesmo remédio que eu!

  11. Ana Candida comentou em

    Pelo amor de Deus guria, traduz esse livro!!!!! Serei eternamente grata!!!!

  12. Ítalo Costa comentou em

    Aí você lamenta pelo fato de não saber inglês :x
    Espero que traduzam mesmo o livro, porque eu vi o filme e adorei (entrou para os favoritos). Quando me falaram do filme, eu fiquei meio ‘assim’ por causa do título, mas eu quebrei o preconceito e assisti e me apaixonei.

    1. Nem me fala desse título horroroso, ahuehauhe. Poxa, eu também tô na torcida pra traduzirem esse livro no Brasil, ele é muito interessante! Vou até mandar pra algumas editoras parceiras do blog ˜just in case˜, ahehahe. Se eu achar uma tradução aí, mesmo que meia boca, te mando. :)

  13. Engraçado, lendo a resenha do livro, eu me lembrei de uma época da minha vida (saindo do ensino médio também, em que estava bem ruim psicológicamente), em que entrei em uma fase de buscar ver vários filmes e séries que retratassem a depressão e problemas sociais.

    Me lembro ter visto o Garden State, o Orange Contry, o seriado Bored To Death. E acho que se tivesse conhecido essa história, também teria ido atrás. Mas vou te dizer que não era uma época muito boa. Eu realmente ficava bem cabisbaixo e desesperançoso constantemente. E só fui meio que tomar uma atitude depois que começei a interagir pelo facebook com pessoas com problemas iguais, ou piores que os meus.

    Acho que deve se ter um pouco de moderação quando se for ver obras mais “down”. Não por serem ruins, longe disso, só que a gente sai delas se sentindo a escória das escórias, ainda mais se você acaba se reconhecendo com os protagonistas.

    O importante, ao meu ver, é sempre cuidar bem da própria auto-estima. E seja qual for o problema que você tiver, seja ele algo bobo ou muito grave, o importante é fazer o possível para superá-lo, não se deixar vitimizar, estar sempre lutando para seu próprio bem.

    Afinal, eu acredito que todos tenham um propósito para si mesmo, mesmo que não saibam disso. O importante é só não desistir de si mesmo.

    1. Nicolas, que comentário magnífico! Adorei, até porque concordo com o que você diz. Não dá pra desistir da gente, tem que lutar, enfrentar, passar por tudo de cabeça erguida. Fácil não é. Mas nossa vida depende da gente, então o desafio é o que Ned diz: live, live, live… ;)

  14. Eu estava curioso pra ler esse livro, mas depois dessa resenha (muito bem feita, aliás) eu fiquei MAIS curioso ainda!!! Me motivou a tomar vergonha na cara e praticar meu inglês (aliás, qual o nível de inglês do livro, hein?). Ah, e parabéns por esse blog maravilhoso (como assim eu ainda não conhecia?!), já está nos meus favoritos!!! <3

    1. Olha, foi uma leitura tranquila, mas tem algumas palavras que são gírias (ele é um adolescente), então às vezes a gente empaca nessas coisinhas. Mas uma pesquisa rápida resolve. Fora isso, é bem tranquilo. Eu amei o livro. De verdade <3

      E fico felicíssima em saber que você curtiu o blog! Ainn, é tão bom receber esses feedbacks dos leitores. :DDDDDDDDDDD

      Mas oh, leia. Esse livro é fantástico! Bjs

  15. Guido comentou em

    Genteee, a editora Leya vai lançar aqui no Brasil!!!! \o/