James Bond (Daniel Craig) e Eve Moneypenny (Naomie Harris) estão em missão na Turquia onde um agente do MI-6 foi morto e um disco rígido – com detalhes de agentes infiltrados em organizações terroristas – roubado. Durante a missão, Bond é atingido acidentalmente por Eve e some do mapa, sendo listado pelo IM6 como “desaparecido, provavelmente morto”.
“Agent down”.
É assim que termina a primeira cena de Skyfall, uma violenta perseguição sob telhados e trens tão impressionante que você pensa em como, após 23 filmes, estas cenas ainda conseguem surpreender e deixar os espectadores de boca aberta.
O nome dos agentes infiltrados é publicado na internet e M (Judi Dench) tem sua capacidade posta a prova pelo novo presidente do Comitê de Segurança e Inteligência, Gareth Mallory (Ralph Fiennes). O sistema da MI-6 é hackeado e uma explosão mata alguns agentes. Então Bond retorna – de barba, com nenhuma resistência física e fazendo o tipo bêbado, ele se submete a novos testes físicos e psicológicos para poder voltar a cumprir seu dever protegendo a Inglaterra.
Entre viagens, cassinos, maletas de dinheiro e ilhas desertas, Bond conhece Sévérine (a Bond Girl de Skyfall é Bérénice Marlohe, garota propaganda da Swarosvki), uma linda e enigmática mulher que o leva até seu empregador, Raoul Silva.
Quando conhecemos Silva (Javier Bardem, absolutamente maravilhoso no papel), o impacto é grande. Temos aqui um vilão de classe, bem educado, afetado e cheio de jogos de palavras pra cima de Bond. Sua obsessão e sua atitude de quem não tem nada a perder tem uma nuance de Hannibal Lecter. Silva está por trás dos ataques contra a MI6, onde já trabalhou como agente, e culpa M pela tortura que sofreu durante uma missão em que foi capturado. Silva é implacável e tem uma mente incansável. Sempre tomado pela calma, seu poder de raciocínio supera as expectativas e surpreende. Ele é o inferno na terra para M e Bond.
Sam Mendes é o primeiro diretor “de peso” a assumir a história de James Bond (ele dirigiu Beleza Americana e Estrada para Perdição) e faz um filme que impressiona no visual – Skyfall tem seu mérito, mas Cassino Royale ainda bate os três últimos filmes. Aqui, todas as cenas são iluminadas com muita maestria e a fotografia é tão impecável que deixa todos os espectadores com brilhos nos olhos ao ver Bond lutando com um mercenário em um prédio completamente iluminado em Shangai.
E o velório dos agentes foi tão bem composto, com a câmera observando M tão longe e evidenciando as sete bandeiras inglesas estendidas sob os caixões, que é difícil não ver o bom gosto e a delicadeza de quem dirigiu a cena. Todo o filme é repleto desses momentos deliciosos de beleza em meio ao caos.
As inúmeras referências de Skyfall aos filmes mais antigos caem como uma homenagem constante, mas Skyfall contrasta o tempo todo o novo com o velho. O “jeito Bond” de resolver as coisas contra as quinquilharias eletrônicas do chefe da divisão de pesquisa e desenvolvimento do MI6, Q (Ben Whishaw). Os carros modernos do MI6 contra o famoso Aston Martin DB5 (o mesmo que Sean Connery usou em Thunderball e Goldfinger). Os rifles semi-automáticos contra helicópteros com poder de fogo inimaginável. A casa no meio do nada contra uma ilha deserta e bem equipada. É assim o tempo todo, e é um contrapeso agradável, que torna o filme mais leve.
E Skyfall ainda tem uma trilha sonora espetacular, coroada com a lindíssima música tema interpretada por Adele. Há alguns dias nós listamos todas as músicas de 007, você viu? As músicas dos filmes sempre foram um charme a mais pra história, assim como as Bond Girls, principalmente por serem compostas especialmente para cada obra.
Vai correndo pros cinemas, vale a pena ver Skyfall na tela grande.
Ficha Técnica
Título: 007 – Skyfall (Skyfall)
Diretor: Sam Mendes
Gênero: Ação
Ano: 2012
Duração: 143 minutos