Looking for Alaska, o primeiro livro de John Green

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If people were rain, I was a drizzle and she was a hurricane.

Daí que eu decidi ler um livro em inglês por mês, pra tentar ganhar alguma fluência no idioma. Algumas pessoas me disseram pra pegar um livro que eu já tenha lido em português, para que eu pudesse me concentrar no vocabulário. Outras me disseram pra ler um livro novo, pra me desafiar mesmo. Como estou apaixonada pelos livros de John Green, escolhi a segunda opção, porque nem todos os livros dele foram traduzidos no Brasil.

Não é o caso de Looking for Alaska, que no Brasil se chama Quem é você, Alasca? (traduzido pela WMF Martins Fontes em 2010), mas eu descobri isso depois de ter encomendado o meu livro-de-capa-linda no Book Depository.

A história de Looking for Alaska

Miles Halter nunca teve muitos amigos em seu colégio na Flórida. Semanas antes de ir para um internato, no Alabama, seus pais fazem uma festa de despedida na qual ninguém comparece (além de um casal estranho que tinha amizade com Miles). Como podem observar, ele não estava com pena de ir embora.

Uma das coisas que você deve saber sobre Miles: ele gosta de saber as últimas palavras de grandes personalidades (um traço da personalidade de John Green, segundo ele próprio). Meio mórbido, a princípio, mas Miles acredita que as pessoas morrem como viveram, então as últimas palavras dizem mais sobre eles do que uma tonelada de páginas com a sua biografia.

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I picked up a biography of Argentinian revolutionary Che Guevara – whose face adorned a poster on the wall – that Lara’s roommate had on her bookshelf, then I lay down next to Lara on the bottom bunk. I began at the end, as I sometimes did with biographies I had no intention of reading all the way through, and found his last words without too much searching. Captured by the Bolivian army, Guevara said, “Shoot, coward. You are only going to kill a man.”

Uma das que ele mais gosta é a de François Rabelais: “I go to seek a Great Perhaps”, então ele vai, para não ter de esperar a morte para procurar o seu Grande Talvez. Em Culver Creek, Miles faz amizade com seu colega de quarto, Chip Martin – ou, como prefere ser chamado, o Coronel; com Takumi, um japonês magricela gente boa, e Alaska Young, uma garota inteligente, sexy, divertida e problemática.

Chip apelida Miles de Pudge (porque ele é magricela “e isso se chama ironia”) e ele logo se torna parte do grupo inseparável de amigos que dividem o tempo em estudar, beber e fumar, enganar o diretor Sr. Starnes e pregar trotes nos estudantes riquinhos de Culver Creek. Mas é Alaska que chama a atenção de Miles o tempo todo.

She reached into her overstuffed backpack and pulled out a book. “Gabriel García Márquez. The General in His Labyrinth. Absolutely one of my favourites. It’s about Simón Bolívar.” I didn’t know who Simón Bolívar was, but she didn’t give me time to ask. “It’s a historical novel, so I don’t know if this is true, but in the book, do you know what his last words are? No, you don’t. But I’m about to tell you, Señor Parting Remarks.”
And then she lit a cigarette and sucked on it so hard for so long that I thought the entire thing might burn off in one drag. She exhaled and read to me:
“He – Simón Bolívar – was shaken by the overwhelming revelation that the headlong race between his misfortunes and his dreams was at that moment reaching the finish line. The rest was darkness. ‘Damn it’, he sighed. ‘How will I ever get out of this labyrinth?’
(…)
“That’s the mystery, isn’t it? Is the labyrinth living or dying? Which is he trying to escape – the world or the end of it?”

Alaska tem um namorado (fora do campus) de quem ela parece gostar, mas ainda assim, a tensão entre ela e Miles é grande, e mesmo que isso não atrapalhe a amizade dos dois, é o suficiente para fazer com que ela tenha um papel super importante na vida do garoto.

“Why do you smoke so damn fast?”, I asked.
(…)
“Y’all smoke to enjoy it. I smoke to die.”

Looking for Alaska é uma história tão bem amarrada, cheia de detalhes importantes que se relacionam, que fica difícil dizer qual parte dele é melhor. John Green fez uma excelente estréia no ramo literário em 2005 com esse livro sobre amizades, amor, perdas e a corrida da vida pelo que vale a pena. Miles é um ponto de vista para a história de Alaska, da menina cheia de problemas que lida sozinha com os fantasmas em sua vida.

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Outro ponto BEM legal do livro é que ele é dividido em duas partes: Antes e Depois, uma inspiração – segundo o autor – que surgiu depois do 11 de Setembro, onde todos usavam o acontecimento como um divisor de tempo. O mundo antes e depois do 11 de Setembro.

Além disso, o nome de cada capítulo funciona como uma contagem regressiva para algum acontecimento. Você começa lá em 136 dias antes e vai sentindo a tensão da história tomando conta. É impossível não entrar no ritmo e sentir cada dia passando. A diferença de clima nas duas partes do livro é visível.

I never liked writing concluding paragraphs to papers – where you just repeat what you’ve already said with phrases like ïn summation”and “to conclude”. I didn’t do that – instead I talked about why I thought it was an important question. People, I thought, wanted security. They couldn’t bear the idea of death being a big black nothing, couldn’t bear the thought of their loved ones not existing and couldn’t even imagine themselves not existing. I finally decided that people believed in an afterlife because they couldn’t bear not to.

Mesmo que eu já estivesse apaixonada por A Culpa é das Estrelas, foi com este livro que John Green entrou pra minha lista de autores favoritos. A maestria dele em conduzir uma história merece ser comentada. Looking for Alaska é um livro para ser saboreado. Se você já leu, sabe do que eu estou falando (e está livre para ler o FAQ que o John Green fez sobre a história).

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We need never be hopeless, because we can never be irreparably broken. We think that we are invincible because we are. We cannot be born and we cannot die. Like all energy, we can only change shapes and sizes and manifestations. They forget that when they get old. They get scared of losing and failing. But that part of us greater than the sum of our parts cannot begin and cannot end, and so it cannot fail.

E fica aqui a pergunta que atormenta a garota: como sairei deste labirinto de sofrimento?

Livros de John Green no Brasil

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Eu gostei tanto de A Culpa é das Estrelas e O Teorema Katherine, que fui atrás dos demais livros do John Green lá fora.

No Brasil, John Green tem três todos os seus livros traduzidos (update em novembro de 2013!): Quem é você, Alasca? (original de 2005, traduzido em 2010), A Culpa é das Estrelas (original de 2012, traduzido no mesmo ano), O Teorema Katherine (original de 2006, traduzido em 2013) e Will Grayson (2010). No ano de 2013, graças ao sucesso do autor, as editoras trouxeram também Let it Snow (2008, leia a resenha) e Paper Towns (2008, leia a resenha). Em breve falo destes livros por aqui :)

CURIOSIDADE: os direitos de filmagem de Looking for Alaska foram adquiridos pela Paramount em 2005. O chato é que o estúdio perdeu o interesse pela produção e deixou isso de lado até um segundo momento.

Ficha Técnica
Título: Looking for Alaska
Autor: John Green
Ano: 2005
Gênero: Young Adult
Páginas: 271
Editora: Harper Collins
Book Depository: Clique aqui para comprar o livro.

Post escrito por: Raquel Moritz.

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8 comentários via blog

  1. Alaska, é uma paixão! E é tão bom chamá-la de AlasKa, com K. Me apaixonei pelo livro por causa das quotes que achei na internet e logo fui atrás. Comprei o Quem é você, Alasca? e estou em depressão até hoje por causa do fim.
    O John é um lindo mesmo, né?! Estou a cada dia mais apaixonada pela escrita dele e mal posso esperar pra ler Will & Will, Paper towns e Let it snow. *o*
    Adorei sua resenha! É raro achar alguém que já tenha lido Alaska, por isso fiquei feliz, muito feliz com essa resenha. Rsrs!
    Beijos, flor! Adorei o site ;)

    http://ancoreblog.blogspot.com

    1. Oi Natascha! Coisa boa ler um comentário assim, tão bonito :)))

      Realmente é ótimo poder chamar a Alaska de AlasKa. Fiquei na dúvida quando escrevi post, mas como eu tava inclusive colocando as quotes em inglês, achei melhor respeitar o original. Eu já dei uma espiada em Let it Snow e achei uma gracinha! Aliás, fiquei sabendo que Will Grayson, Will Grayson vai ser lançado agora no Brasil pela Record! Massa, né? :)

      Obrigada pela visita, continua aparecendo por aqui. Logo pinta mais coisa do John-querido-Green!

      Beijo!

  2. Melina comentou em

    Meu deus eu AMO looking for alaska! John green é todo maravilhoso, mas alaska é certamente a obra prima da vida dele. O jeito com que ele descreve ela, o miles, takumi, coronel e até a Lara, é impossível nao se apaixonar por cada um deles e é muito, muito frustrante perceber que tu nao é nem de longe tao legal quanto eles (Haha). Nao tava ligada que as pessoas tavam curtindo ele no Brasil até eu encontrar o teorema katherine na Saraiva, até então eu tinha lido todos em inglês. Mas ai li em inglês e port a alaska, e achei muito interessante que o livro nao perdeu nada do original. Enfim. Gostei do jeito que tu escreve, nao conhecia o blog. Encontrei por acaso futricando em coisas do john green :p e outra coisa frustrAnte é esta história dos direitos do filme, deus sabe como eu queria ver alaska no cinema. E como eu queria ser ela. Hahahaha
    Vou começar a acompanhar o blog!
    Bjs

    1. Oi Melina!

      Coisa boa encontrar alguém que gostou da Alaska tanto quanto eu :P Fiquei apaixonada pelo livro, acho que arrisco dizer que é o meu favorito dele. Concordo contigo, o jeito como ele descreve Miles, Alaska, Lara… É muito tocante.

      E NEM ME FALA EM FRUSTRAÇÃO! Eu queria tanto ver esse filme no cinema! Mas sabe qual é a minha esperança? Que A Culpa é das Estrelas faça sucesso e os estúdios prestem atenção no que eles tem nas mãos.

      Beijão! Continua acompanhando o Pipoca siiim /o/

  3. Meu livro favorito. Não sei nem o que dizer. Agradeço por essa resenha, mesmo.

    1. Oi Juliene,

      Fico feliz que tenha gostado ♥ Eu ameeeei esse livro, muito mesmo. É o primeiro livro do John, e o melhor na minha humilde opinião.

      Beijo :D