Orgulho e Preconceito, por Jane Austen e Joe Wright

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Jane Austen. Você já deve ter ouvido o nome dessa escritora que nasceu em 1775, na Inglaterra.  Eu também já tinha ouvido falar, e normalmente a associava a dois conceitos: coisa de mulherzinha e clássicos da literatura. Foi apenas quando conheci de fato uma das suas obras (Razão e Sentimento) que a primeira associação desapareceu. A mulher foi porreta mesmo e há grandes razões para que seus livros sejam considerados clássicos, especialmente se considerarmos o segundo deles, Orgulho e Preconceito.

Jane Austen escreveu romances de época, retratando em especial a sociedade rural inglesa e o que acontecia no interior das suas residências. Falando dessa forma parece um tédio sem fim, eu sei. A grande graça, porém, era a forma como ela o fazia. O foco não estava nas paisagens ou descrições, mas nas grandes caracterizações que construía, assim como no sarcasmo e inteligência aguda com que percebia as pessoas e costumes da época – tudo isso escrito com simplicidade e fluidez. Mesmo que suas obras sejam lidas daqui a 300 anos elas serão compreendidas e, mais do que isso, haverá uma identificação inevitável com pelo menos um dos personagens. Os costumes podem mudar, a sociedade e cultura seguem sua evolução, mas as paixões humanas… continuam basicamente as mesmas.

Em Orgulho e Preconceito temos a história da família Bennet como foco central: cinco filhas em idade para casar e com pais de pouco “pedigree” e muitos erros na sua criação. A história é contada pela perspectiva da segunda filha mais velha, Elizabeth Bennet, e começa com a chegada de novos vizinhos aristocratas – o sr. Bingley, suas irmãs e seu amigo, o sr. Darcy. A partir daí começam os bailes, flertes, fofocas, julgamentos, amores, preconceitos, maquinações, tolices… Não é preciso ter vivido no final do século XVIII para passar pelo mesmo, não é? Basta pensar no seu último final de semana.

O grande mérito da Jane Austen é não ter transformado tudo isso em histórias de amor típicas, piegas ou melosas. Os personagens são incríveis, os diálogos são sagazes, as tramas bem costuradas. É uma leitura extremamente prazerosa, em especial para quem gosta de observar a natureza humana.

Talvez seja essa a principal diferença da adaptação dessa obra para o cinema, de 2005. A história foi modificada em certa medida – o que é natural, já que a linguagem e o tempo são diferentes nas telas –, mas a parte mais significativa foi a modificação do clima da história. Tudo ficou mais hollywoodiano e apelativo, com declarações de amor na chuva que não existem no livro, por exemplo. Não acredito que chegue a ser um demérito, mas soa estranho para quem teve contato com a versão escrita.

Para que o diretor tivesse sucesso era preciso conseguir duas coisas acima da média: atores (para demonstrar todas as sutilezas dos personagens) e locações (para demonstrar toda a opulência e contrastes). E conseguiu. Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Donald Sutherland e Judi Dench estavam muito apropriados e convincentes em seus papéis, apenas não gostei muito da escolha do Tom Hollander para interpretar o sr. Collins. E as locações, como era de se esperar, eram belíssimas – vale a pena ver os extras do DVD para ter mais detalhes.

Sou meio suspeita para falar desse livro e desse filme, é difícil ser imparcial com os seus favoritos – e olha que eu acabei de terminar o livro. De qualquer forma, dê uma chance. Você pode não se apaixonar como eu me apaixonei, mas certamente não será tempo desperdiçado.

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Ficha Técnica

Filme

Título: Orgulho e Preconceito (Pride & Prejudice)
Diretor: Joe Wright
Ano: 2005
Gênero: Romance
Duração: 127 minutos

Livro

Título: Orgulho e Preconceito (Pride & Prejudice)
Autora: Jane Austen
Editora: LP&M pocket
Ano: 2010
Páginas: 400

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