Vício Inerente (adicione ao Skoob) é um livro escrito por Thomas Pynchon que foi adaptado para o cinema por Paul Thomas Anderson, com Joaquin Phoenix no papel principal (a dupla já havia trabalhado junto em O Mestre). Aproveitando a onda do filme, que deve chegar aos cinemas em breve, resolvi ler a obra lançada no Brasil pela Companhia das Letras.
Califórnia, anos 1970. Doc Sportello, nosso protagonista, é um detetive particular que viveu intensamente a cultura hippie dos anos 1960, mas vive chapado e não tem muito crédito das pessoas ao seu redor. Ainda assim, Doc é contratado pela sua ex-namorada para investigar o desaparecimento de um boa pinta do mercado imobiliário, que calha de ser o novo amante dela.
Entre uma erva e outra, Sportello avança em sua investigação para descobrir o que aconteceu com o cara, e acaba vendo que tudo se liga com surfistas, hackers, traficantes, contrabandistas e gente de todo tipo.
Ah, sim, e mencionei que a empresa do Sportello se chama LSD Investigações? Aham. Localizamos, Seguimos, Detectamos.
Escrito de forma linear, o romance de Pynchon é super bem ambientado na cultura dos anos 1970, o que pode ser particularmente difícil ou chato para quem não curte muito a temática. Por trás de toda a *marofa da maconha*, as gírias setentistas e o vocabulário meio chulo, Vício Inerente é um romance policial.
Sportello organiza as pistas (do seu jeito muito próprio, hehe) e começa a fazer ligações entre elas para descobrir o que precisa. Se tem algo MUITO acertado no livro, além da ambientação, é a forma como os diálogos parecem reais. Se a escrita fosse muito certinha, seria muito esquisito conciliar a época e o texto, mas tanto autor quanto tradutor capricharam nesse quesito.
Alguns diálogos me fizeram dar muitas gargalhadas pela loucura de sua lógica, como quando Doc discute o fato de o Pato Donald ter que fazer a barba por causa da Margarida (imagem), ou mesmo quando ele insiste que Sherlock Holmes, que era um baita detetive e cheirava cocaína o tempo todo, existiu e “mora lá num endereço de verdade em Londres”.
Conheci o livro através de um roteiro de um programa de TV a respeito de Thomas Pynchon, escritor recluso com medalha de ouro. Sempre que pode, ele foge da exposição pública e existem poucos registros fotográficos do autor. Thomas diz que “recluso é uma palavra-código usada por jornalistas, e significa que não gosto de falar com repórteres”.
Dei algumas risadas durante a leitura de Vício Inerente e apreciei a ambientação da história, mas acredito que fique melhor no telão, sabia? Os palavrões, as gírias e as bad trips deixaram meio cansada, ainda assim, tenho certeza que isso tudo funcionará muito bem no filme, afinal de contas TEM JOAQUIN PHOENIX NÉ MINHA GENTE. E ele não é fraco, ainda mais interpretando um cara tipo o Doc.
Alguém aí já leu ou tem interesse em ler o livro? Querem assistir ao filme? Deixe seus comentários.
Vício Inerente foi cedido pela Companhia das Letras ao Pipoca Musical por conta da parceria. Acompanhe as novidades da editora nos canais:
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Ficha Técnica
Título: Vício Inerente
Autor: Thomas Pynchon
Ano: 2014 (original: 2009)
Gênero: Policial
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