Há alguns dias postei sobre O Corcunda de Notre Dame, obra de Victor Hugo que ganhou uma linda edição da Coleção Eternamente Clássicos Barba Negra, da Editora Leya. A ousadia do projeto gráfico (desenvolvido pela Retina 78) me chamou a atenção e fui atrás dos outros exemplares.
Me lembro de ter lido O Fantasma de Canterville há muitos anos atrás e ter me apaixonado pela escrita e pela história de Oscar Wilde. Pudera, O Fantasma de Canterville é um clássico infantil onde o autor inverteu os papéis comuns das histórias da época e criou algo inusitado: um fantasma que não consegue assustar os vivos.
Se você não conhece a história, é sobre um fantasma de 300 anos que assombra o castelo inglês de Canterville. Quando em vida, Sir Simon de Canterville assassinou sua própria esposa e vem carregando uma maldição desde então. Após anos de assombros, os Otis, uma família americana que chegou há pouco no país, compram o castelo e passam a morar lá, mesmo sabendo das lendas urbanas. Como a família não se incomoda com a presença do fantasma, a situação de inverte e Sir Simon fica assustado com a situação.
Sr. Otis foi despertado por um ruído no corredor, próximo ao seu quarto. (…) Bem a sua frente, ele viu, sob o luar pálido, um velho de aspecto terrível. Seus olhos eram vermelhos como carvões incandescentes; seus longos cabelos grisalhos caíam sobre seus ombros em caracóis emaranhados; suas vestes, de estilo antigo, estavam sujas e em traps; e de seus pulsos e tornozelos pendiam grilhões pesados e enferrujados.
– Meu caro senhor – disse Sr. Otis -, eu de fato tenho que insistir com o senhor para que lubrifique essas correntes, e para isso trouxe um pequeno frasco do Lubrificante Sol Nascente Tammany. Deixarei o frasco aqui para o senhor, ao lado dos candelabros do quarto e, caso precise, terei prazer em lhe fornecer mais um. Com essas palavras, o diplomata colocou o frasco na mesa de mármore e, fechando a porta, foi dormir.
Por um momento o fantasma ficou imóvel, numa indignação natural. Depois, atirando violentamente no frasco no chão encerado, saiu pelo corredor em desabalada carreira.
O Fantasma de Canterville foi publicado originalmente em 1887, época em que o gênero gótico com elementos de terror, castelos assombrados e tempestades macabras protagonizavam os contos. O autor é famoso pelas suas grandes obras e pelo humor e acidez com que encarava a sociedade inglesa de sua época e o conto acaba sendo uma paródia de Oscar Wilde ao que se via até então.
Selo Barba Negra
Essa edição que tenho é da Coleção Eternamente Clássicos Barba Negra, da Editora Leya. Já falei anteriormente de O Corcunda de Notre Dame e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, que foram publicados em 2011 sob o mesmo selo, que por sinal não existe mais (embora as edições sejam vendidas na Livraria Folha Online).
O Fantasma de Canterville é um dos meus contos favoritos e fiz questão de adicionar esta obra aqui no Pipoca Musical. Se você ainda não leu, não pode perder mais um minuto sem este clássico da literatura. :)
Ficha Técnica
Título: O Fantasma de Canterville
Autor: Oscar Wilde
Gênero: Contos
Editora: Leya
Páginas: 100
Esse livro é uma fofura. As ilustrações são ótimas! Confesso que não sabia que era um livro infantil até começar a lê-lo… rs
É um dos meus contos favoritos, hahaha. Muito legal xD
Bjs!