A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood concede, ano após ano, prêmios para os principais (e melhores?) produtos do cinema. Algumas estatuetas são bem previsíveis. Quando Toy Story 3 entrou na disputa por melhor longa-metragem de animação por exemplo, eu sabia que não tinha pra ninguém. Além deste, o filme levou pra casa o prêmio de melhor canção original. Meu lado criança gostaria muito que tivesse ganho o Oscar de melhor filme, mas é óbvio que isso não iria acontecer. A Academia optou pelo convencional, como sempre. Sempre achei que os Oscars deveriam ser dados pela relevância ao público, e não apenas pelo gosto tradicional e politizado da Academia.
A cerimônia foi realizada no Teatro Kodak e teve como apresentadores o casal James Franco e Anne Hathaway. A mocinha trocou de vestido 8 vezes e chamou a atenção de toda a imprensa fashionista com seus modelos Versace, Valentino, Givenchy, Armani e etc. A química dos dois foi muito melhor nos vídeos promocionais do que na hora da premiação, onde James ficou ausente e Anne estava numa alegria inimaginável. Recomendo que você assista um dos vídeos promocionais, onde James diz que até conseguiria chorar na hora, e Anne rebate indignada que precisa se trocar 17 vezes.
Dentre os maiores premiados da noite, temos A Origem, de Christopher Nolan, que levou quase todos os prêmios técnicos (efeitos visuais, fotografia, mixagem e edição de som) e O Discurso do Rei, indicado em 12 categorias – que levou as estatuetas mais cobiçadas de melhor filme, melhor ator, melhor diretor e melhor roteiro original.
A Rede Social, de David Fincher, recebeu três Oscars – melhor roteiro adaptado, melhor trilha sonora original (!!!???) e melhor edição. O Vencedor, de David O. Russell ganhou destaque para sua equipe coadjuvante, Melissa Leo e Christian Bale. Alice no País das Maravilhas, do Tim Burton, recebeu prêmios merecidos de melhor direção de arte e melhor figurino. Ainda não me conformo de Cisne Negro não ter concorrido nessa categoria, mas vamos em frente.
E falando em Cisne Negro, Natalie Portman recebeu prêmio de Melhor Atriz. A futura-mamãe desbancou candidatas fortíssimas e recebeu o prêmio das mãos de Jeff Bridges, agradecendo o papel mais importante de sua vida. O filme tem direção de Darren Aronofsky, e levou apenas esta estatueta.
As piadinhas que pipocaram foram as mais legais. Teve gente dizendo que Colin Firth perdeu a chance de fazer o discurso gaguejando ao receber o Oscar de melhor ator. E que “já pensou se os caras do Inception ganham todos os Oscars, mas na verdade era um Oscar só e eles sonharam esse Oscar dentro do outro Oscar?“. Natalie Portman ganhou o Oscar de melhor atriz, um namorado e um bebê. Até o decote (aliás, a falta de um) de Scarlett Johansson foi comentado. Piadinhas não faltaram e tornaram a noite de quem acompanhou via tv/facebook/twitter, muito mais divertida.
Confira a lista completa:
– Melhor filme: O Discurso do Rei
– Melhor diretor: Tom Hooper (O Discurso do Rei)
– Melhor ator: Colin Firth (O Discurso do Rei)
– Melhor roteiro original: O Discurso do Rei
– Melhor fotografia: A Origem
– Melhor mixagem de som: A Origem
– Melhor edição de som: A Origem
– Melhores efeitos visuais: A Origem
– Melhor edição: A Rede Social
– Melhor roteiro adaptado: A Rede Social
– Melhor trilha sonora original: A Rede Social (Trent Reznor e Atticus Ross)
– Melhor atriz coadjuvante: Melissa Leo (O Vencedor)
– Melhor ator coadjuvante: Christian Bale (O Vencedor)
– Melhor longa-metragem de animação: Toy Story 3
– Melhor canção original: We Belong Together (Toy Story 3)
– Melhor direção de arte: Alice no País das Maravilhas
– Melhor figurino: Alice no País das Maravilhas
– Melhor atriz: Natalie Portman (Cisne Negro)
– Melhor curta-metragem de animação: The Lost Thing (de Shaun Tan, Andrew Ruheman)
– Melhor filme de língua estrangeira: Em um Mundo Melhor (Dinamarca)
– Melhor maquiagem: O Lobisomem
– Melhor documentário em curta-metragem: Strangers no More
– Melhor curta-metragem: God of Love
– Melhor documentário (longa-metragem): Trabalho Interno