Os opostos se atraem em O Duque e Eu, livro de Julia Quinn

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Ela tentou dizer algo bem-humorado. Algo sedutor. Mas sua ousadia acabou no último momento. Ela nunca fora beijada, e agora que o havia praticamente convidado a ser o primeiro, não sabia o que fazer. (…) Os olhos dela se fecharam e os lábios se entreabriram. E, no fim, foi inevitável.

Depois de me atropelar na sequência e suspirar lendo o romance O Visconde que me Amava, segundo volume da série Os Bridgertons, de Julia Quinn, fui em busca do primeiro título da coleção pra começar do começo. :B

[LEIA+: Leia um trecho do livro no site da Editora Arqueiro]

A série conta a história dos irmãos Bridgerton em oito volumes que se completam, mas que podem ser lidos separadamente. Cada livro conta a história de um deles, e as obras estão sendo publicadas com essas capas bonitas e românticas pela Editora Arqueiro.

Em O Duque e Eu (adicione ao Skoob), conhecemos Simon Basset, amigo de longa data de Anthony Bridgerton (o primogênito da família, e protagonista do segundo volume), que está de volta a Londres depois de passar 6 anos fora. Solteiro cobiçado e filho de um duque muito rico com quem nunca se deu bem, Simon é alvo das mães que estão loucas para casar suas filhas nesta temporada.

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Simon olhou para ela com intensidade. Um sinal de alerta soou em sua mente. Ele a queria. Queria com tanto desespero que estava completamente tenso, mas jamais poderia sequer chegar a tocá-la. Porque fazer isso seria destruir todos os sonhos dela, e, libertino ou não, ele não sabia ao certo se conseguiria se olhar no espelho de novo se fizesse isso.

Não que ele esteja procurando uma esposa. Na verdade, se tem algo que Simon tem certeza nesta vida, é que ele não quer se casar. O motivo? Você só descobre lendo.

Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de Anthony, é uma garota muito bem humorada e tem a sagacidade característica de sua família. Por ser a primeira menina entre tantos garotos, aprendeu a lidar com as artimanhas masculinas desde cedo. O problema é que ela já está debutando pelo segundo ano e, por mais que seja bonita e educada, ainda não encontrou um candidato decente. Todos os homens interessantes a vêem como amiga, e não como mulher.

Ao se conhecerem, Daphne e Simon notam o desejo aflorando à pele, mas ela precisa arranjar um marido e está louca para constituir uma família, enquanto Simon repudia qualquer ideia de matrimônio. Ainda assim, os dois se juntam num plano.

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– Eu não lhe dei permissão para cortejar minha irmã! – berrou.
– Pois eu dei – interferiu Violet. Enfiou as flores no rosto do filho, sacudindo-as de forma a depositar o máximo de pólen no nariz dele. – Não são lindas?

Basicamente, o plano consiste em Simon fingir interesse em Daphne para que as mães (e suas filhas solteiras) o deixem em paz, enquanto os homens caem aos pés da Srta. Bridgerton por ser uma garota cobiçada por alguém tão importante quanto um duque. Todos saem ganhando.

Obviamente, o ciúme de Anthony é gigante, e ele faz de tudo para não ver a irmã nos braços do duque. O plano parece funcionar bem a princípio, mas a farsa vai aproximando o casal pouco a pouco.

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– Você acha mesmo que eu seduziria sua irmã?
– Não sei o que achar. O que sei é que você planeja nunca se casar e que minha irmã quer formar uma família. – Anthony deu de ombros. – Francamente, para mim isso basta para manter vocês bem longe um do outro.

Enquanto Lady Bridgerton fica radiante com a possibilidade de ver a filha se casar logo, Daphne se preocupa com o fato de estar se apaixonando por um homem que não quer o mesmo que ela. E Simon luta contra o desejo de ter Daphne em seus braços, mesmo sabendo que não poderia nem cogitar isso.

Fantasmas do passado mais plausíveis

Quinn manteve a mesma estrutura pra contar esta história e, apesar de eu ter gostado muito mais do casal protagonista de O Visconde que me Amava (#TeamAnthony), o tormento do duque de Hastings é muito mais palpável e coerente, bem passível de empatia por parte do leitor.

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Seus olhos azuis estavam estranhamente inexpressivos e semicerrados, e Daphne de algum modo soube que ele não estava sendo sincero. Ao mesmo tempo, percebeu que ele de fato acreditava no que tinha dito. E então se perguntou: o que poderia ter acontecido àquele homem que o fazia mentir para si mesmo há tantos anos?

A luta constante entre Simon e o pai, que o rejeitou e humilhou desde que abriu a boca pela primeira vez e revelou que o herdeiro do ducado era um garoto gago que não conseguia formar uma frase completa, se torna um ativo valioso para o leitor compreender melhor o personagem, levando a um desfecho mais interessante.

Além da escrita leve de Julia Quinn, gosto de ver que os livros desta série não empurram os grandes acontecimentos para o final, mas expõem os conflitos de caráter social e emocional entre os personagens, para que sejam trabalhados antes do viveram-felizes-para-sempre.

– Pelo amor de Deus, eu sei muito bem o que está se passando na cabeça dele neste momento, e não tem nada a ver com poesias e rosas.
Simon imaginou Daphne deitada numa cama de pétalas de rosas.
– Bom, talvez rosas – murmurou.
– Eu vou matá-lo! – ameaçou Anthony.

Acho que ainda não me desliguei de Anthony no segundo livro. Gostei de O Duque e Eu pela história. Agora, deixa eu contar, se tem um Bridgerton que estou louca para conhecer é Colin. Ele é um pouquinho mais velho do que Daphne e já fez umas “pontas” em ambos os livros, mostrando seu senso de humor afiado e talento nato com as mulheres. Quero ver quem é que vai laçar a criatura.

É isso, pessoal. Essa foi mais uma resenha de um romance de época a là Jane Austen e espero que tenham curtido. Já leu algum livro da série? Deixe seu comentário ;)

Ficha Técnica

Título: O Duque e Eu (The Duke and I)
Série: Os Bridgertons
Autora: Julia Quinn
Ano: 2013 (original: 2000)
Gênero: Romance
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Skoob: adicione na sua estante

Língua afiada e romance à moda antiga em O Visconde que me Amava, de Julia Quinn

1814. O visconde Anthony Bridgerton já curtiu a cama de várias mulheres em Londres, mas agora ele quer uma esposa que seja bonita, inteligente, mas que não seja apaixonante. Do outro lado, Edwina Sheffield, a debutante mais bonita do ano, quer um marido, mas sua irmã Kate fará o possível para não juntá-la a Anthony. Entre tapas e farpas, Kate e Anthony podem estar se apaixonando.

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