Amor Líquido, de Zygmunt Bauman é um discurso sociológico que te abre os olhos. Bauman fala sobre a fragilidade dos laços humanos, a insegurança que inspira desejos conflitantes, a vontade de apertar os laços e, ao mesmo tempo, mantê-los frouxos.
A liquidez a que se refere, ao contrário dos termos bancários – que é potencializador -, é a sensação de bolsos vazios. Em outros livros já publicados, Bauman defende a ideia do processo de “liquefação” a que os laços sociais estão submetidos, uma proposta contida na própria modernidade.
“Relacionamentos”, diz ele, “estão entre os principais motores do atual boom do aconselhamento. A complexidade é densa e difícil demais para ser desfeita ou destrinchada sem auxílio”. Este mundo propenso à mudanças prejudica nossa capacidade de amar. As redes são formadas tão rapidamente quanto são desmanchadas. O homem sem vínculos é a figura central dos tempos modernos, e Zygmunt trata disso de forma apurada, inteligente, sociológica e psicológica.
Bauman é realista ao tratar as dificuldades dos casais e, quando não temos pares formados, temos a tecnologia à disposição para trocarmos mensagens com pessoas de todos os lugares, buscando relacionamento. Mas em muitos casos as pessoas que passam horas tagarelando à distância, chegam em casa, ligam a televisão e fecham-se em seu mundo.
O autor busca esclarecer de que forma este homem sem vínculos se conecta, evidenciando as armas que criamos para disfarçar um medo antigo.
Ficha Técnica
Título: Amor Líquido
Autor: Zygmunt Bauman
Editora: Zahar
Ano: 2003
Gênero: Sociologia