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Faltam só duas semaninhas pra acabar a exibição especial do Chaplin no CineArte em Blumenau. Depois de assistir Luzes da Cidade, Luzes da Ribalta e Em Busca do Ouro na Fundação, hoje é dia de O Grande Ditador, o longa com uma das mensagens anti-guerra mais bonitas já transmitidas.

O filme foi lançado em outubro de 1940, quando a Alemanha se impunha na Europa, e foi um dos primeiros filmes a retratar as ações nazistas. Chaplin criou para esta história os personagens Adenóide Hynkel e Benzino Napaloni, inspirados em Adolf Hitler e Benito Mussolini.

O filme começa durante a Primeira Guerra Mundial, onde um cadete do exército (Chaplin) perde a memória durante o combate tentando salvar um soldado chamado Schultz (Reginald Gardiner), mas sofre um acidente e passa vinte anos se recuperando no hospital.

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Enquanto isso, a história se faz lá fora e um ditador chamado Hynkel (também interpretado por Chaplin) toma o poder e começa a perseguir judeus e instaurar um caos insano na sua terra, Tomânia.

Uma série de acontecimentos leva o cadete desmemoriado e Schultz, que agora se tornou oficial do exército de Hynkel, a entrar e, posteriormente, sair do campo de concentração usando uniformes de soldados. Os guardas confundem o barbeiro com o ditador, já que a cara de um é o focinho do outro, e ele acaba tomando o lugar de Hynkel.

O impacto de O Grande Ditador

Sempre perfeccionista, Chaplin juntou todo o material que conseguiu sobre a vida de Hitler e estudou minuciosamente suas expressões, movimentos e ideologias. Com seu roteiro pronto, deu os nomes mais parecidos com os verdadeiros para seus personagens. Vale uma curiosidade: Goebbels aqui é chamado de Garbitsch, fazendo alusão ao termo americano “garbage“. Até mesmo a suástica do ditador foi inserida no filme, no formato de uma cruz dupla. E o bigode está lá, é claro.

Em dado momento, Chaplin chegou a comentar que se soubesse das verdadeiras atrocidades cometidas nos campos de concentração, não teria tido coragem para filmar O Grande Ditador, mas ainda assim teria encontrado alguma forma de ridicularizar a ambição nazista.

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Diversas cenas fazem essa crítica, mas uma das mais claras é a cena em que Hynkel brinca com um globo terrestre inflável. Ele dança com o globo, olha apaixonadamente o objeto e sonha com um futuro em que tudo será dele. Até que o globo explode.

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

E assim como as palavras brincavam na boca de Hitler, com uma poderosa habilidade de convencimento, Chaplin incorporou a palavra em seu filme, depois de muita resistência. O discurso final, carregado de moralidade e solidariedade, era um desabafo de Chaplin – não do cadete, nem de Hynkel, mas de Chaplin.

Fundação Cultural de Blumenau exibirá filmes de Chaplin em Abril

A Fundação Cultural de Blumenau está exibindo cinco filmes de Chaplin no mês de Abril, retomando as exibições do CineArte. Já foram exibidos os filmes Luzes da Cidade (1931) e Luzes da Ribalta (1952) e Em Busca do Ouro (1925). Os próximos serão O Grande Ditador (1940) e O Garoto (1921) durante o mês. A programação completa você pode ver no site da Prefeitura de Blumenau.

AGENDA: 1, 8, 15, 22, 29 às 19h30
LOCAL: Cine Teatro Edith Gaertner (Rua XV de Novembro, 161, Centro)
VALOR: Gratuito