“Um Dia”, um longo e triste romance

Curtir e compartilhar esse post:
facebook:
twitter:
google plus:
pinterest: pinterest

Cartaz do filme Um Dia“Um Dia” é uma adaptação cinematográfica do livro homônimo de David Nicholls, também roteirista do filme que teve a direção da dinamarquesa Lone Scherfig. O filme traz Anne Hathaway e Jim Sturgess como casal de protagonistas e explora a vida e as decisões (ou falta delas) dos personagens, ano após ano.

É 15 de julho de 1988. Emma Morley (Anne Hathaway) e Dexter Mayhew (Jim Sturgess) se conhecem na noite de formatura e passam uma noite juntos, sem envolvimentos. Na manhã seguinte, cada um precisa seguir seu caminho, mas os dois passam a se encontrar todo ano na mesma data. O filme se desenrola entre os dias 15 de julho de cada ano.

Emma Morley trabalha em um restaurante mexicano e mora em um quarto apertado de aluguel. Suas vontades diferem de sua realidade, e o caráter pessimista e inseguro não a deixa se enxergar como realmente é. Aspirante à escritora, Emma é tímida e contida, características que Anne soube explorar em sua atuação.

Dexter, por sua vez, investe numa carreira de apresentador de programas de TV, conquistando mulheres diferentes a cada noite, numa tentativa desenfreada de esquecer seus problemas pessoais. Preocupado com a melhor amiga, ele sempre busca alternativas de fazê-la se divertir quando estão juntos, mas é incapaz de perceber a sinceridade do sentimento entre os dois.

Emma Morley e Dexter Mayhew

Essa distância é explorada inicialmente com bonitas cenas na praia, na lagoa, numa festa, mas se desenrola com amores imperfeitos, esperanças sem sentido e problemas de relacionamento. A fama torna Dexter inconsequente, despreocupado, desinteressante e relaxado, fatores que irritam Emma e levam a uma briga intensa entre o casal de amigos.

Visualmente bem acabado, com um ar meio vintage, o filme aquece e esfria corações ao mesmo tempo, levando o espectador a lamentar e se emocionar junto aos personagens. No entanto, é devagar e cansativo para destrinchar os fatos, deixando de lado cenas que seriam importantes para o envolvimento pessoal dos casal no filme. A reviravolta da história é bem interessante e vale a pena ser vista, mesmo que seja amarga ao paladar.

Dexter Mayhew

A trilha sonora dá um tom bonito pro filme, desde “Sparkling Day” (Elvis Costello) até Rachel Portman com “July 15th”. A trilha sonora oficial ainda conta com Del Amitri, Fatboy Slim, Tears For Fears e outros.

Não tive a oportunidade de ler o livro ainda, mas o hotsite do livro, publicado pela Intrínseca, é bem legal. Tem um calendário virtual que marca o dia 15 de cada um dos 20 anos dos personagens, com um trecho do livro referente àquele ano. Além disso, as pessoas podem comentar naquele dia, contando suas próprias histórias apoiadas de textos, trechos, vídeos, fotos, músicas, etc. Bem legal, clique aqui para acessar o hotsite do livro “Um Dia”.

Ficha Técnica

Título: Um dia (One Day)
Diretor: Lone Scherfig
Ano: 2011
Gênero: Drama, Romance
Duração: 107 minutos

Deixe seu comentário

Comentários

Comentários do Facebook

2 comentários via blog

  1. Alice comentou em

    Não tenho muitos livros na bagagem. Uma pequena coleção de Nicholas Sparks, duas obras de Green (“Quem é você, Alasca” e “A culpa é das estrelas”), a inspiradora “As vantagens de ser invisível” é tudo o que compõe meu acervo particular. Mas, com toda certeza e meus (breve) vinte anos de existência, posso dizer que “Um Dia” é o melhor livro de toda a minha vida! Tanto dos anos passados quanto dos que ainda virão, para bater esse romance é preciso muito, mas muito esforço.
    Confesso que, quando estou lendo um livro, sou um pouco chata e exigente com a parte técnica, em relação à narrativa e à organização da escrita. E a obra satisfez-me totalmente nesse aspecto, os diálogos são um encaixe perfeito, e a parte descritiva (que sempre me faz querer pular) flui tão bem que pode passar três paginas sem nenhuma conversa entre os personagens sem dar aquele cansaço.
    Além disso, a história em si é encantadora. E revoltante! O que contribui para a perfeição do livro. Porque não existe um principe encantado ali, muito menos uma princesa da Disney. Não há um romance maravilhoso, nem um final lindo. É um amor trágico e dramático onde só há desencontros e frustrações. Ok, acho que estou sendo um pouco pessimista. Mas esse é o encanto da história. Ela nos aproxima da realidade. Não nos faz sonhar com um amor distante e impossível.
    Aqueles personagens deixaram-me na torcida capítulo após capitulo. E marcaram-me permanentemente, para sempre.

    1. Oi Alice,

      Concordo com você, essa é uma história ímpar e merece ser lida. Tem seu lado doce e amargo – assim como a própria vida.

      Obrigada pelo comentário. :D

      Bjs!