“A Febre Starbucks”, uma dose dupla de cafeína, comércio e cultura.

Curtir e compartilhar esse post:
facebook:
twitter:
google plus:
pinterest: pinterest

“Dependendo de suas convicções ideológicas – e, a bem da verdade, do quanto você é ou não um verdadeiro apreciador de café – a história a seguir pode ser vista como um relato de um atentado à decência ou da decisão mais genial que um sujeito chamado Howard Schultz tomou na vida.”

Com estas palavras, Taylor Clark inicia a introdução de seu primeiro livro, A Febre Starbucks. Com uma escrita leve, muitas vezes irônica e divertida, Taylor metralha informações tremendamente importantes sobre tudo o que está relacionado à Starbucks, maior rede de varejo de cafés do mundo. Não há assunto que ele não aborde: a origem do café, a convivência do mundo com um café horrível durante anos, o surgimento de uma casa especializada em bons cafés, a entrada de Howard Schultz nos negócios, as estratégias deste visionário, a ascensão sem previsão de parada da Starbucks, as manifestações contrárias aos estabelecimentos, a luta de funcionários em sindicatos, a vida dos cafeicultores, a política do Preço Justo, a experiência do terceiro lugar, etc.

Em 1997, a Starbucks era uma rede de aproximadamente 400 lojas. Howard queria que até 2000, houvessem 2000 lojas abertas. No entanto, montar uma Starbucks não era barato, então Schultz convidou Wright Massey, ex-designer da Disney, que assinara a remodelação do visual das Disney Stores. Ele foi incubido de criar um modelo visual mais em conta da Starbucks. E Massey arrasou, criando uma ambientação com quatro opções de cores para que cada loja fosse ligeiramente diferente uma da outra, trabalhando a psicologia das cores em cima dos quatro estágios do café. O resultado desta remodelação foi que em 2000, a rede não apenas havia batido a meta de 2000 lojas como, no fim do ano, havia quase duplicado essa meta, com um total de 3500 cafeterias em funcionamento (a título de informação, temos várias lojas em Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro).

Taylor também aborda a questão da existência dos cafés locais. Se uma Starbucks se instalar do lado de um café local, ele tem chances de sobreviver? Conforme Clark, tem. Afinal, a política da Starbucks é eficiência e agilidade – não qualidade.

Existem lojas na Base Naval de Guantánamo, em Cuba. Em uma igreja cristã em Munster, Indiana. Na Cidade Proibida e até na Grande Muralha da China. Essa homogeneização cultural é duramente criticada por muitas pessoas no mundo todo, mas a Starbucks tem dado conta de resolver ou contornar isso.

Em 400 páginas, Taylor discorre sobre as estratégias de marketing da Starbucks e sobre como o canto da sereia conquistou milhões e milhões de pessoas, a ponto da rede abrir duas lojas no mesmo quarteirão para dar conta do movimento. Toda a comunicação da rede Starbucks é integrada e a liderança de Howard Schultz é inestimável: o carisma de Howard e sua liderança criativa e atenciosa estimula todos de sua equipe. Essa liderança é ainda mais extraordinária quando paramos para pensar que um único homem comanda todas as lojas em todo o mundo: a Starbucks não vende franquias. Howard e sua equipe escolhem os melhores pontos para instalar uma Starbucks e manda bala, sem dó nem piedade.

Leitura recomendada para entender mais de café, comércio e cultura.

Ficha Técnica

Título: A Febre Starbucks (Starbucked)
Autor: Taylor Clark
Ano: 2008
Editora: Matrix Editora
Gênero: Administração, Marketing
Número de Páginas: 408

 

Deixe seu comentário

Comentários

Comentários do Facebook