Flaked, a despretensão dos originais Netflix

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Flaked, uma produção original Netflix

Durante uma dessas quebras de temporadas em que a gente fica órfão das nossas séries favoritas, recorri à Netflix em busca de alguma produção original, com poucos episódios, que pudesse me presentear com algumas horas de alívio e divertimento. Foi naquele carrossel com a categoria Séries Originais que achei “Flaked”.

Pra não ludibriar vocês ou criar falsas expectativas, já vou adiantar que a série não merece nenhuma indicação ou premiação em grandes eventos como o SAG ou MTV. Em contrapartida, e justamente por essa despretensão toda, é o que torna “Flaked” uma das melhores produções da Netflix. Pra mostrar isso, vou deixar abaixo algumas das razões pelas quais vocês devem procurar pela série e se deixar levar pela diversão.

O roteiro, simples e realista

“Flaked” é uma série criada por Will Arnett e Mark Chappel para a Netflix e tem duas temporadas. A primeira delas, com 8 episódios, foi lançada em março de 2016, e mostra a recuperação de Chip (Will Arnett), um alcoólatra que decide se mudar para a ensolarada Venice Beach, na Califórnia, após se envolver em um acidente de carro. Ela é, claro, uma apresentação geral dos personagens, dedicada ao resumo de suas vidas e as relações que adquiriram uns aos outros no passar dos anos nessa pequena comunidade. Chip é um cara positivo, tentando lidar com seus erros. Dennis (David Sullivan) é o melhor amigo.

O primeiro ato da série é encerrado com a chegada da lindíssima e misteriosa London (Ruth Kearney) e com a intriga que se forma entre os três personagens. É um drama da vida real, com boas pitadas de humor, e apresenta personagens complexos, cheios de paixão.

A segunda temporada estreou em junho desse ano e veio com apenas 6 episódios, que representam uma única semana na linha do tempo da série. No meu ponto de vista, o suficiente para fechar todas as pontas deixadas com o término da primeira temporada e para apaziguar os corações – como o meu – que aguardaram um ano inteiro pela nova temporada.

Will Arnett, uma mente criativa por trás das câmeras

O canadense Will Arnett é conhecido, principalmente, pela atuação em “Arrested Development” – série que alavancou a carreira do ator – e pela famosa voz que deu vida a “BoJack Horseman” ou aos personagens de “Uma Aventura Lego”, “Meu Malvado Favorito” e “Ratatouille”. Por essa visibilidade, acabou ganhando o papel do Pai, na adaptação de “Desventuras em Série”, produzida também pela Netflix.

Mas é em “Flaked” que Will Arnett ganha a atenção das câmeras, até mesmo quando está atrás delas. Com uma atuação sincera e bem simplista, Chip – protagonista da série – é inspirado nos problemas que o ator teve, na vida real, com o alcoolismo e a ajuda que recebeu de amigos próximos e em suas reuniões nos Alcoólicos Anônimos. O primeiro dia das gravações da série coincidiu, inclusive, com o aniversário de 15 anos em que o ator esteve sóbrio.

Venice, um bairro legal à beça

A principal locação para as gravações de “Flaked” é Venice, um distrito no oeste de Los Angeles, no estado da Califórnia, conhecida principalmente pelas praias e o Ocean Front Walk, um calçadão da região que apresenta diversos artistas e atrações. O cenário se destaca muito na série e dá uma boa profundidade muito bacana e descolada ao roteiro. É uma espécie de refúgio para os personagens e serve de base para tecer, de maneira magnífica, o enredo dessas duas temporadas. Certo que, dentre um roteiro pelas cidades americanas, acrescentaria Venice à lista de lugares a conhecer.

Por sinal, a série tá cheia de easter eggs relacionados ao bairro. Dois exemplos disso é que além dos episódios da primeira temporada terem nomes das ruas de Venice, a bicicleta utilizada por Chip na série, é feita pela Linus Bike, uma loja muito conhecida por lá.

Venice Beach, uma das locações de Flaked

A trilha sonora, uma obra de arte

Um dos pontos mais fortes em “Flaked” é, por certo, a trilha sonora e a série mostra isso de cara com uma versão de “Margaritaville”, na voz do Stephen Malkmus, do Jimmy Buffet. As faixas, em cada um dos episódios, dá a profundidade ideal para a trama e ainda diverte e seduz a quem assiste. Quem gosta de indie rock vai ter uma ótima surpresa e, com certeza, vai querer ouvir as faixas mais de uma vez as faixa de Kurt Ville, EL VY, Foxygen, Pavement e até Wilco.

Minha paixão foi tão grande por essa série – e claro, pela trilha sonora – que criei uma playlist no Spotify pra poder matar um pouquinho da saudade dessa série, um pequena joia em meio a todos os tesouros da Netflix e que, merecidamente, merece a sua atenção.

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3 comentários via blog

  1. Curti a indicação, vou adicionar na lista pra assistir, ainda mais nessa época que minhas séries favoritas estão tudo em hiatos… ótima oportunidade pra ver coisa nova (e tentar ficar em dia com as atrasadinhas).

    1. César Paladini comentou em

      E aí, Rodrigo! Pra quem tá procurando uma série descontraída e rápida pra maratonar, ela é uma ótima opção. Gostei muito porque ela é bem leve e divertida. No meio de tanta série turbulenta, ela se torna uma recomendação bem legal. Abraço!

  2. Jerry Wendel dos Santos Moreira comentou em

    Realmente a série é nota 10. Pena ter poucos episódios. É viciante como Ozark.