Montage of Heck, o outro lado de Kurt Cobain

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(Finalmente) Assisti “Cobain: Montage of Heck” e Brett Morgen me deixou em pedaços. Paixão. Sensibilidade. Angústia. Rejeição. Depois desse filme, tudo o que se pode dizer é que todos temos um pouco de Kurt Cobain dentro de nós.

O documentário – exibido pela rede de televisão americana, HBO, no dia 4 de maio – é uma colcha de retalhos composta por depoimentos de amigos, familiares e fragmentos dos diários escritos pelo ex-vocalista do Nirvana, o que aqui é mero detalhe. Nos 132 minutos seguintes, somos convidados a conhecer e interpretar uma personalidade que vai além do Cobain que conhecemos dos palcos e entrevistas de bastidores. Conhecemos uma pessoa que talvez compartilhe das nossas próprias expectativas, sonhos e medos. Arrisco em dizer que o documentário nada mais é do que uma viagem feita através dos mais íntimos sentimentos do músico, embalada pelas tantas canções que fizeram sucesso nas rádios e outras até então inéditas.

Kurt Cobain: Montage of Heck

A trilha sonora (ouça no Spotify) atua como uma coadjuvante junto de Stefan Nadelman e Hisko Hulsing, que utilizam animações para expressar toda a angústia encontrada nos diários e aprofundar ainda mais nossa compreensão pelo personagem através de momentos marcantes da sua vida.

“Montage of Heck” é muito intenso, cheio de detalhes e bem completo, apesar de não ter o depoimento de outros familiares e amigos que foram de extrema importância na vida do músico. Não há, por exemplo, registros ou referências à Mari Earle – tia de Kurt e uma de suas principais influências musicais.

No período de gravação, Dave Grohl estava ocupado com a produção do documentário “Sonic Highways” e quando esteve livre para registrar seus depoimentos, o diretor Brett Morgen se deu por satisfeito com o resultado final e optou por não incluí-lo.

Já a filha, Frances Bean Cobain, preferiu não participar diretamente do documentário, mas foi convidada pelo próprio diretor para ser uma das produtoras executivas do documentário.

Sketch - Montage of Heck

Um fato interessante sobre esta última afirmação, é de que na noite de estreia de “Montage of Heck”, no Sundance Film Festival, o diretor Brett Morgen acompanhou Frances Bean Cobain até seu carro e no momento da despedida recebeu um abraço de agradecimento da filha de Cobain que disse “este era exatamente o filme que eu gostaria de assistir”.

Frances Bean Cobain e Courtney Love

Réu (e fã) confesso do assunto, não posso deixar de recomendar como leitura complementar as biografias “Heavier Than Heaven” (adicione ao Skoob) e “Cobain: Unseen” (adicione ao Skoob), ambos do historiador Charles R. Cross. Já os fragmentos dos diários – utilizados para a construção do documentário – estão todos contidos em “Journals: Kurt Cobain” (adicione ao Skoob).

São Paulo foi a primeira cidade a receber a exibição do longa-metragem, onde ele está em cartaz desde o dia 12 de maio. Se você mora fora do estado, então fique ligado nas seguintes cidades que receberão o filme através da rede Cinemark entre os dias 18 e 22 de junho: Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

Os horários das sessões e a compra dos ingressos já estão disponíveis no site do Cinemark e também na página oficial de “Kurt Cobain: Montage of Heck”.

Ficha Técnica

Título: Kurt Cobain: Montage of Heck
Ano: 2015
Diretor: Brett Morgen
Gênero: Documentário
Duração: 132 minutos
Letterboxd: Kurt Cobain: Montage of Heck

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Comentários

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10 comentários via blog

  1. Eu não sou uma grande fã do Nirvana, mas posso dizer que sou uma grande fã do Kurt. Sua história sempre me fascinou muito, sua maneira de ver o mundo por olhos tão tristes e melancólicos me vez enxergar uma beleza da qual eu não via. Não passei pelos mesmos problemas que ele, mas entendo bem a angustia que ele sentia, a falta de compreensão por parte do mundo. Kurt Cobain é ícone do qual eu identifico bastante, uma pena mesmo ele ter escolhido um caminho sem volta. Creio que se eles estivesse vivo, ele teria muito a acrescentar a esse mundo que ficou vazio sem presença dele.
    Estou louca para ver esse documentário, não sabia que já tinha saído.
    Adorei o post!
    :)

    1. César Paladini comentou em

      Oi, Dani!

      Realmente, a visão de Kurt Cobain para a música e artes era algo ímpar e, talvez, pouco compreendida por muitos. “Nevermind” continua sendo um dos álbuns favoritos no meu Top 5 e toda vez que ouço o acústico da MTV, em Nova Iorque, penso que foi o jeito dele de se despedir. A maneira que ele gostaria de ser lembrado por todos.

      O documentário ainda não estreou no Brasil. Chega em julho – e infelizmente – em poucos cinemas das principais capitais. Até lá (se você ainda não leu algum) vale a pena folhear aquelas leituras no final do post.

      Abraço :)

  2. Kellen comentou em

    Kurt faz parte daquela turma que deixou um gosto amargo na garganta e um sentimento de: “mas ele tinha tanto pra dizer ainda”…ele era tão sensível que parecia não ser desse mundo mesmo. Algumas de suas músicas me emocionam como se fosse a primeira vez até hoje (como a dilacerante My Girl no acústico MTV).
    Já quero o documentário aqui em BH (TIPO AGORA) e fico feliz que o resultado tenha sido tão emocionante.

    Abraços! =)
    Kellen

    1. César Paladini comentou em

      Realmente, Kellen, o acústico da MTV é de assistir com um nó na garganta. Nesse álbum tem a melhor versão de “Pennyroyal Tea” de todas as gravações do Nirvana.

      Vale muito a pena assistir o documentário. No cinema, então, deve ser uma experiência sensacional. Recomendo muito esperar mais um pouquinho já que junho está logo aí.

      Abraço.

  3. Nilsen comentou em

    Quando vi o trailer do documentário fiquei toda arrepiada e não consegui entender o motivo; nunca fui fã da banda, só conheço umas cinco músicas… mas é engraçado como a vida de uma pessoa famosa pode sensibilizar a gente, né? Passei aqui só para dizer que o post ficou ótimo e que você me deixou animada para assistir Montage of Heck provavelmente nesse fim de semana :)
    E ah, tenho muita vontade de ler o diário do Kurt Cobain. Parece ser incrível.
    Beijo!

    1. César Paladini comentou em

      Oi, Nilsen!

      Só o trailer mesmo já é de arrepiar, né mesmo?! Acho que você vai curtir o documentário, já que ele retrata muito essa questão da personalidade do artista e o que ele levou a ser quem era nos palcos. Conta pra gente depois o que você achou.

      O “Journals”, diário do Cobain, é um pouco mais complicado de conseguir porque a edição gringa tá esgotada. Mas aproveita que a Globo Livros lançou uma nova edição de “Heavier Than Heaven” e começa por ele. É uma ótima leitura!

      Abraço.

  4. Rose comentou em

    Estou bem ansiosa par ver o filme!!!! Era fã do Nirvana e ainda sou!!!

  5. NHAIII *O* até hoje ainda não assisti, quando tava no cine não pude ir, mas deve ter por aí na net. Vou procurar! Não sabia desse outro livro “Cobain:Unseen” vou add na wishlist, Mais Pesado que o Céu me fez chorar rios.
    Todos nós somos consumidos pelos nossos anseios, alguns conseguem controlar e outros não.

    1. César Paladini comentou em

      Oi, Yara! Esse documentário é devastador, sendo fã ou não do Kurt Cobain, pois mostra exatamente essa questão dos anseios, medos e responsabilidades. Já o “Hevier Than Heaven” está no meu Top 5 Biografias desde quando li, em 2005. Abraço!