Jogador Nº 1 (adicione ao Skoob) é um livro de ficção de Ernest Cline, que nos leva ao caótico mundo de 2044, com superpopulação, falta de emprego e fome. Para contornar estes problemas, duas pessoas criam um software chamado OASIS, uma realidade virtual para fugir deste mundo real.

O OASIS é um enorme sucesso e muitas pessoas substituíram suas vidas reais pelas virtuais. Escolas, shoppings, deliveries, prazer, tudo está no OASIS, o que faz dele a maior empresa do mundo e consequentemente o seu dono, Halliday, o mais rico também. Até o dia em que ele morre. Porém, ao invés de deixar um testamento explicando o que fazer com o OASIS, Halliday resolveu deixar três easter eggs espalhados pelo mundo do OASIS, e cada easter egg é uma chave que irá abrir um portão. A primeira pessoa que abrir os três portões será o novo dono do OASIS e levará de brinde uma conta bilionária para casa.

É aí que entra Wade Watts, o nosso protagonista. Por cinco anos desde a morte de Holliday, ninguém havia encontrado uma chave sequer e Wade foi o primeiro a encontrar uma, a Chave de Cobre.

O livro conta a história na visão de Wade, como ele virou um caçador de ovo (pessoas que vivem somente para encontrar os easter eggs), como ele encontrou a primeira chave e as consequências deste ato.

O grande foco do livro é o mundo virtual mesmo, uns 80% dele se passa lá. Para entender o que é o OASIS, fica mais fácil pensar nele como o Second Life. Você se conecta, cria seu avatar e interage com o mundo, podendo passear por vários planetas e tudo mais. Isto faz com que a imaginação do autor não tenha limites, afinal, tudo é possível. Não é necessário respeitar leis da física, tamanhos ou locais reais.

Isto é bom para realmente fazer com que a gente se sinta em um jogo, porém neste ponto eu acho que o autor pecou um pouco em um quesito: o excesso de explicações para representar o mundo virtual. Em vários momentos ele acaba sendo um pouco repetitivo quando quer apresentar alguma funcionalidade do OASIS, como por exemplo, o fato de que você pode criar janelas sobrepostas. Interessante quando ele explica pela primeira vez, mas quando você está chegando no final de livro e ele explica pela centésima vez, chega a dar vontade de pular umas linhas.

Ainda que o começo do livro seja um pouco cansativo, porque demora para a ação realmente começar, o livro engrena em um ritmo que é difícil querer largar antes de terminar.

Outro fator muito importante do livro são as referências. Na verdade, o livro é um grande ode aos anos 80. São muitas referências, muitas mesmo! O grande motivo para ter tantas referências desta década, é porque elas servem como pistas para encontrar as chaves. Tudo bem que algumas vezes tem várias referências gratuitas, principalmente no começo do livro, mas depois ele começa a utilizá-las realmente como um trunfo na competição pelas chaves.

Aqui eu deixo uma sugestão: ao ler este livro, é bom estar com um celular do lado. Quando ele falar de uma música, ouça a música. Quando ele falar de alguma capa de jogo ou capa de álbum, dê uma pesquisada na internet. Referências a filmes e séries é um pouco mais complicado, mas mesmo assim, dê uma pesquisada para ver os atores ou ler um pouco sobre elas, isto irá fazer com que o livro ganhe uma dimensão maior e fique muito mais interessante. Fiz isto e descobri muita coisa nova que passei a gostar, a principal delas foi a banda Rush.

E se você gostar do livro, saiba que já tem um filme engatilhado dele, apesar que eu acho que seja impossível colocar todas as referências na telona. Gostei e recomendo.

Ficha Técnica

Título: Jogador Número 1 (Ready Player One)
Autor: Ernest Cline
Ano: 2012 (original 2011)
Editora: Leya
Gênero: Ficção – Literatura norte-americana
Páginas: 462
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